Em evento, o presidente lembrou mudanças que pediu para alterar em concurso público do banco
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a atacar o Banco do Brasil durante café da manhã com a bancada evangélica, no final da semana passada, no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele admitiu que ligou para o presidente do BB, Rubens Novaes, para evitar que a “esquerda” tomasse posse nos concursos públicos.
“E a mesma coisa foi com o Banco do Brasil. Tinha um concurso lá, para uma coisa simples, que, para você se inscrever, tinha que ter uma formação e ideologia de gênero. Liguei para o presidente e disse: ‘Pô, nós vamos conduzir de modo que só aqueles que interessam para esquerda possam entrar nesse serviço?’”, assumiu.
Em abril, Bolsonaro vetou uma campanha publicitária do banco, que era protagonizada por jovens negros e tatuados, além de uma transexual. “A linha mudou”, disse, na época, ao justificar a iniciativa.
Em março, Bolsonaro menosprezou o requisito dos processos seletivos da Previ voltados para funcionários do Banco do Brasil, segundo o qual os candidatos deveriam passar por cursos sobre diversidade e prevenção ao assédio moral e sexual. Bolsonaro disse que isso é “aparelhamento” e aconselhou os candidatos a entrarem na Justiça contra o requisito.
Bolsonaro mais uma vez cita o Banco do Brasil de forma equivocada. Ele não sabe diferenciar uma seleção interna de um concurso. Mistura diversidade e equidade de gênero com “ideologia de gênero”. O BB sempre foi reconhecido e até premiado por entidades internacionais em relação às políticas afirmativas. O que acontece agora é um retrocesso e uma ingerência jamais vista no Banco do Brasil.
Fonte: Contraf