Estados conseguiram um valor menor ao negociar diretamente com o governo russo; Saúde vai pagar o equivalente a 11,95 a uma empresa ligada ao Centrão
Por ter feito negócio com a intermediária União Química, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai pagar dois dólares mais caro que os governos estaduais pela vacina Sputnik V contra o novo coronavírus. O valor corresponde a 20% a mais.
De acordo com reportagem do The Intercept Brasil, a farmacêutica é de um empresário que já deu dinheiro ao PSD, que faz parte do centrão, tem um ex-deputado do centrão como diretor e tem o lobby do líder de Bolsonaro na Câmara e ex-ministro da saúde, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR).
O Ministério da Saúde vai pagar o equivalente a 11,95 dólares para cada uma das 10 milhões de doses contratadas. Os governos estaduais, por outro lado, vão pagar o equivalente a 9,95 dólares por dose.
O grande prejuízo só foi barrado pelo fato de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter questionado sobre a segurança da vacina. Roberto Dias foi quem assinou o contrato de R$ 693,6 milhões para a compra das 10 milhões de doses no dia 12 de março.
Os estados não tiveram o mesmo prejuízo por terem feito uso de uma lei sancionada por Bolsonaro que permite a importação direta das vacinas contra o coronavírus. Negociando direto com o Fundo Russo de Investimento Direto, Bahia e Mato Grosso conseguiram o valor de 9,95 dólares por dose.
Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Fonte: SEEB de Brasília com Brasil de Fato