Em mesa temática com o banco, que vai acontecer na sexta-feira 3/2, dirigentes sindicais questionarão ampliação das unidades digitais feita a toque de caixa, sem transparência e responsabilidade com bancários e clientes.
A forma acelerada, pouco transparente e sem estrutura com que o Banco do Brasil conduz o processo de ampliação dos seus escritórios digitais será tema de debate na sexta-feira 3, quando será realizada a segunda mesa temática específica sobre o BB Digital. A mesa, que reúne representantes dos bancários e da instituição financeira, é uma conquista da Campanha Salarial 2016.
O BB, sob a presidência de Paulo Cafarelli, está implementando o BB Digital a toque de caixa. A meta é que 270 escritórios digitais sejam abertos até o final de 2017, número bem superior ao estabelecido por grandes bancos privados como, por exemplo, o Itaú. Qual a razão de um banco público, que deve ter compromisso social e com o desenvolvimento do país, forçar um novo modelo de atendimento de forma tão atropelada?
Seguindo impiedosamente ânsia de ampliar sua rede digital, o BB tem aberto escritórios sem oferecer estrutura de trabalho adequada aos bancários, o que tem gerado reclamações de clientes e trabalhadores. A precarização do atendimento e a sobrecarga de trabalho são consequências diretas da falta de planejamento e transparência na ampliação do BB Digital.
Outra preocupação dos trabalhadores é o fato de que essa ampliação se dá ao mesmo tempo em que o banco público passa por uma grande reestruturação, com muitos funcionários considerados como excedentes, perdendo seus cargos.
Nos escritórios digitais, o gerente responde por praticamente o dobro de clientes em sua carteira. Ou seja, em meio a uma reestruturação, onde muitos trabalhadores são considerados excedentes e perdem seus cargos, o banco elimina vagas de gerente. Isso agrava a situação dos bancários, que já estão apavorados com essa reestruturação, que nada mais é que o início de um grande desmonte do Banco do Brasil, reforçando que, ao contrário do que alega o banco, faltam funcionários tanto em agências convencionais como nos escritórios digitais.
O movimento sindical vai cobrar do BB estrutura adequada nos escritórios digitais e agências convencionais, assim como a devida realocação dos funcionários considerados excedentes no âmbito da reestruturação. Um banco público não pode precarizar o atendimento, sobrecarregar bancários e discriminar a população mais carente, que não possui acesso aos canais digitais, simplesmente para forçar um novo modelo de atendimento. O compromisso e a responsabilidade com clientes e trabalhadores devem ser priorizados frente à acumulação de capital.
Crédito: Fernando Diegues
Fonte: SEEB SP