A não utilização de máscaras em restaurantes, cafeterias e bares pode tornar esses locais propícios para a transmissão do novo coronavírus, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos
O relaxamento das exigências de máscaras faciais em restaurantes, cafeterias e bares pode tornar esses locais propícios para a transmissão do novo coronavírus, mostra estudo que comparou os comportamentos de pessoas diagnosticadas com COVID-19 e aquelas sem esse diagnóstico.
Realizado por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o estudo descobriu uma diferença clara: pessoas recém-doentes sem nenhum contato conhecido com uma pessoa com COVID-19 tinham quase três vezes mais probabilidade de ter frequentado um restaurante nas duas semanas anteriores e quase quatro vezes mais probabilidade de ter visitado um bar ou cafeteria, em comparação com pessoas não infectadas.
O estudo sugere que situações em que o uso de máscara e o distanciamento social são difíceis de manter, incluindo ir a lugares que oferecem comida ou bebida no local, podem ser fatores de risco importantes para adquirir COVID-19.
Os pesquisadores conduziram entrevistas detalhadas com 314 adultos norte-americanos durante o mês de julho, cerca de metade dos quais foram diagnosticados com COVID-19. Comparando as atividades de pessoas que tinham e não tinham COVID-19, os investigadores não encontraram diferenças significativas na frequência de locais onde o uso de máscaras faciais era necessário em todos os momentos – atividades como pegar transporte público, fazer compras ou ir à igreja.
O uso de máscara era comum entre a maioria dos participantes do estudo. Um número semelhante de pessoas com ou sem COVID-19 disse que sempre usou algum tipo de máscara ou cobertura facial quando em público: 71% e 74%, respectivamente.
A única grande diferença em termos de comportamento entre os grupos infectados e não infectados foi uma visita nas duas semanas anteriores a um bar, restaurante ou café. Mais da metade (58%) dos participantes do estudo com diagnóstico de COVID-19 disseram não ter tido contato próximo com uma pessoa sabidamente infectada com o novo coronavírus. Mas esses indivíduos tinham 2,8 vezes a chance de ter frequentado um restaurante nas duas semanas anteriores e 3,9 vezes a chance de ter estado em um bar ou café, em comparação com pessoas não infectadas.
O estudo não foi capaz de verificar se os participantes consumiram alimentos ou bebidas em um espaço interno ou externo.
Crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press
Fonte: DC’s Morbidity and Mortality Weekly Report. DOI: 10.15585/mmwr.mm6936a5 – terra.com.br.