Caso a Fenaban não apresente uma proposta justa nesta sexta-feira (30), categoria bancária vai para as assembleias na quarta (4) organizar a luta e dar uma resposta ainda mais dura aos bancos
O reajuste salarial proposto pela Fenaban, na 12ª mesa de negociação quinta-feira, 29/08, está entre os 20% piores dentre os 9.609 acordos trabalhistas fechados este ano no país. Mais de 85% desses acordos tiveram aumento real médio de 1,5%, enquanto os bancos, um dos setores mais lucrativos da economia, oferecem entre 0,09% e 0,23% acima da inflação aos bancários.
Segundo os sindicalistas, a Fenaban está enrolando e tentando usar a tática do cansaço, mudando pouquíssimo os índices de reajuste a cada proposta apresentada. Tentando fragmentar a categoria. Enquanto a alta cúpula é valorizada, com remuneração média de R$ 9,2 milhões por diretor executivo, para a maioria dos funcionários propõe perdas e aumento só de metas, pressão e adoecimento.
Propostas rejeitadas
Na 12ª rodada de negociação da Campanha, os bancos apresentaram duas propostas com índices baixos e que dividiam a categoria por faixas salariais. As duas foram fortemente rejeitadas pelo Comando na mesa.
A primeira proposta, apresentada na parte da manhã, previa reajustes diferenciados, escalonados por quatro faixas salariais. Além disso, previa apenas a reposição da inflação para vales, PLR e demais verbas, e para essas verbas ainda adiava o reajuste para outubro, o que causaria um prejuízo de R$ 35 milhões aos trabalhadores.
A segunda proposta, apresentada na parte da tarde, reduziu o total de faixas para três e aumentou um pouco os percentuais de reajuste por faixa. Continuou prevendo apenas a reposição da inflação para os tickets, a PLR e demais verbas. E trouxe todos os reajustes para 1º de setembro, como tem de ser, já que é a data base dos bancários. Mas continuou bem aquém do que espera e merece a categoria bancária.
O Comando dos Bancários rejeitou ambas as propostas na mesa, e deixou claro que não aceita a fragmentação da categoria, nem o desrespeito à data base: os reajustes têm de vir em 1º de setembro.