Os maiores cortes ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro
O sistema financeiro nacional fechou 4.329 postos de trabalho entre janeiro e dezembro do ano passado. O número só não foi ainda maior porque a Caixa Econômica Federal criou 5.486 vagas no mesmo período. Além dos cortes, os bancos mantiveram a prática de alta rotatividade de mão de obra para reduzir a folha de pagamento e garantir a continuidade de seus lucros bilionários.
Os dados constam na Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo o estudo, os bancos brasileiros contrataram 38.563 funcionários entre janeiro e dezembro e desligaram 42.892. Nove estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde se pode observar maior presença de instituições privadas.
Rotatividade diminui salários
A pesquisa mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos entre janeiro e dezembro foi de R$ 2.966,47, contra salário médio de R$ 4.731,57 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 37,3% inferior à dos que saem.
Maior concentração de renda nos bancos
No Brasil, os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.
No sistema financeiro, a concentração de renda é ainda maior. No Itaú, por exemplo, cada executivo da diretoria recebeu, em média, R$ 9,05 milhões em 2012, o que representa 191,8 vezes o que ganhou o bancário do piso salarial. No Santander, cada diretor embolsou, em média, R$ 5,62 milhões no mesmo período, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou, em média, R$ 5 milhões no ano para cada diretor, a diferença foi de 106 vezes.
Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.
Fonte: Contraf com Dieese