Nos primeiros sete meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 5.864 postos de trabalho, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta terça-feira (25) pela Contraf. O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, e usa como base os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 3.715 empregos. A Caixa apresentou corte de 2.180 postos de trabalho no período.
O resultado foi influenciado, em parte, pelo Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI) do Banco do Brasil e o Programa de Apoio à Aposentadoria (PAA) da Caixa Econômica Federal, implementados ao longo de 2015.
Reduções por estados
No total, 23 estados registraram saldos negativos de emprego. Em apenas quatro houve saldo positivo entre desligamentos e admissões. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-1023), São Paulo (-782) e Minas Gerais (-618) e Rio Grande do Sul (-579). Já o Pará, foi o estado com maior saldo positivo, com geração de 108 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso, com 39 novos postos no período
Rotatividade e salário
De acordo com o levantamento da Contraf/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 20.426 funcionários e desligaram 26.290 nos sete primeiros meses de 2015.
A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.427,10, contra R$ 6.234,13 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 55% menor que a remuneração dos dispensados.
Desigualdade entre homens e mulheres
A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração.
A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.757,29 no período. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.065,40, valor 18,4% inferior à remuneração de contratação dos homens.
A desigualdade também permanece no desligamento. A média dos salários dos homens foi de R$ 6.986,58 no período, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 5.408,45. Resultando em um salário médio 22,6% menor do que o dos homens.
Fonte: Contraf