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Bancos fecham 3.051 postos de trabalho só em outubro

26 de novembro de 2019

No acumulado dos dez primeiros meses de 2019, já são 6.379 empregos a menos na categoria bancária; As consequências são o atendimento à população precarizado e bancários cada vez mais sobrecarregados e adoecidos

Mesmo com o lucro nas alturas, sempre crescente, os bancos brasileiros cortaram 3.051 postos de trabalho apenas em outubro. De acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), no acumulado dos dez primeiros meses de 2019 já são 6.379 empregos a menos na categoria bancária.

 

Entre setembro e outubro, os bancos intensificaram os cortes de postos de trabalho. Algo sem justificativa em um setor que só no primeiro semestre os 5 maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil) lucraram R$ 50,5 bilhões.

 

É uma falta de responsabilidade social de empresas que operam como concessões públicas. Perdem bancários, cada vez mais sobrecarregados e adoecidos; clientes, que ficam com o atendimento precarizado; e o país, que já possui uma elevada taxa de desemprego. Cada vez menos bancários atendem cada vez mais clientes. Quadro que vai piorar caso os bancos apliquem a MP 905, objeto de negociação com a Fenaban, que permite o trabalho aos sábados, domingos e feriamos e aumenta a jornada para oito horas. É uma conta que não fecha.

 

Rotatividade

Além de maximizar lucros com cortes de postos de trabalho, os bancos “ganham” com a rotatividade no setor. Segundo o Caged, em outubro, o salário médio dos bancários que ingressaram no setor (R$ 4.414) corresponde a apenas 60% do que recebiam em média os trabalhadores desligados (R$ 7.389).

 

Desigualdade de gênero

O Caged revela ainda a desigualdade de gênero no setor bancário. As mulheres que ingressaram no setor em outubro receberam, em média, R$ 3.386, 78% do que receberam em média os homens contratados (R$ 6.340).

 

Essa desigualdade também é constatada nos desligamentos. Bancárias que deixaram os bancos em outubro recebiam, em média, R$ 6.340, 75% do que recebiam os homens desligados no mesmo período.

 

Mesmo mais escolarizadas, como demonstrou o Censo da Diversidade 2014, as mulheres continuam recebendo remuneração média menor do que os homens nos bancos.

Fonte: Seeb SP

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