No acumulado dos sete primeiros meses do ano já são 7.897 postos de trabalho a menos; só em São Paulo, estado com maior saldo negativo, foram extintas 4.102 vagas em 2016.
Mesmo com lucro de R$ 29,7 bilhões no 1º semestre deste ano, os bancos continuam cortando postos de trabalho desenfreadamente. Segundo estudo do Dieese, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, somente em julho o setor financeiro extinguiu 1.112 empregos. No acumulado dos sete primeiros meses de 2016, já são 7.897 postos de trabalho a menos.
O resultado de julho foi fortemente influenciado pela Caixa, que sozinha teve saldo negativo de 445 empregos. Já os bancos múltiplos, com carteira comercial – categoria onde estão incluídos BB, Itaú, Bradesco e Santander –, cortaram juntos 643 postos de trabalho.
De longe, São Paulo é o estado onde os bancos mais cortam vagas. Nos primeiros sete meses deste ano, o saldo negativo foi de 4.102 empregos. Em segundo lugar aparece o Rio de Janeiro, com menos 1.233 postos de trabalho.
Rotatividade
Os dados do Caged mostram ainda que as instituições financeiras faturam com a rotatividade, já que trabalhadores admitidos ganham em média 55% do que recebiam os que deixaram o setor.
Os bancos lucraram quase R$ 30 bi em seis meses. Com esse resultado de saltar os olhos, deveriam ter responsabilidade social, gerar empregos, melhorar o atendimento à população e assim contribuir para a retomada do crescimento da economia, e não o contrário. Emprego é uma das maiores prioridades da Campanha Salarial Unificada 2016, reforçando que a resistência dos banqueiros em atender as reivindicações da categoria só será superada com a mobilização de todos os trabalhadores.
Desigualdade
Os números comprovam também a desigualdade entre homens e mulheres. As 6.327 mulheres admitidas nos bancos nos primeiros sete meses do ano recebem, em média, R$ 3.048,07, valor significativamente inferior aos R$ 4.248,75 que recebem em média os 6.307 homens contratados no mesmo período.
Uma das bandeiras do movimento sindical é a igualdade de oportunidades, independente de gênero, raça, religião ou se é pessoa com deficiência. Essa diferença de remuneração média entre homens e mulheres configura uma violência de gênero por parte dos bancos.
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Fonte: Com informações SEEB SP