O sistema financeiro fechou 1.024 postos de trabalho em janeiro de 2014, apesar de seus lucros bilionários. O número só não foi maior porque a Caixa Econômica Federal criou 521 vagas no mesmo período. Os dados constam na Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Segundo o estudo, os bancos brasileiros contrataram 2.613 funcionários em janeiro e desligaram 3.637. Vinte estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 278, 177 e 114 cortes, respectivamente.
A pesquisa mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos em janeiro foi de R$ 3.443,22 contra o salário médio de R$ 5.407,07 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36,3% inferior à dos que saem.
Maior concentração de renda nos bancos
No Brasil, os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais carente da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.
Nos bancos, o abismo entre as rendas consegue ser maior, agravando a concetração de renda. Para se ter uma ideia, no Itaú cada diretor recebeu, em média, R$ 9,05 milhões em 2012, o que representa 191,8 vezes o que ganhou o bancário do piso salarial. Outro exemplo é o Santander onde cada diretor recebeu, aproximadamente, R$ 5,62 milhões no mesmo período, o que significa 119,2 vezes o salário do caixa. Já no Bradesco, que pagou em média R$ 5 milhões no ano para cada diretor, a diferença para o salário do caixa foi de 106 vezes.
Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.
Fonte: Dieese e Contraf