O sistema financeiro nacional fechou 3.325 postos de trabalho entre janeiro e setembro. O desemprego no setor seria ainda mais acentuado não fosse a atuação da Caixa Econômica Federal, a única grande instituição financeira a criar vagas (1.978).
Os dados são da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) divulgada nesta terça-feira, 28, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No total, 20 estados apresentaram saldos negativos de emprego entre janeiro e setembro de 2014. As maiores reduções ocorreram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 1.091, 704, 562 e 534 cortes, respectivamente. O estado com maior saldo positivo foi o Pará, com geração de 258 novas vagas.
Rotatividade achata salários
De acordo com o levantamento, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta no período. Os bancos brasileiros contrataram 25.702 funcionários e desligaram 29.027.
A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos nos primeiros oito meses do ano foi de R$ 3.321,80 contra o salário médio de R$ 5.251,76 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 37% menor que a remuneração dos que saíram.
Desigualdade entre homens e mulheres
A pesquisa mostra também que as mulheres, ainda que representem metade da categoria e sejam mais escolarizadas, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração, ganhando menos do que os homens quando são contratadas. Essa desigualdade segue ao longo da carreira, pois a remuneração das mulheres é bem inferior à dos homens no momento em que são desligadas dos seus postos de trabalho.
Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.766,64 nos primeiros nove meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.856,42, valor 24% inferior à remuneração de contratação dos homens.
Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.017,79 no período, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.425,34. Isso significa que o salário médio das mulheres no desligamento é 26% menor que a remuneração dos homens.
Fonte: Contraf