IBGE registra 14 milhões de desempregados no final de setembro, 4 milhões a mais desde o início da pandemia. No setor bancário foram mais de 2.600. Porém, em plena pandemia os três bancos que mais demitem, Bradesco, Itaú e Santander, registram lucro líquido ajustado de 21,7 bilhões de reais, no primeiro semestre
O Brasil chegou, na última semana de setembro, a 14,013 milhões de desempregados, de acordo com o acompanhamento semanal, pela Pnad Covid19, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado sexta-feira (16). No início da pandemia, na primeira semana de maio, esse número era de 9,817 milhões. Em setembro, a taxa média de desemprego saltou praticamente quatro pontos percentuais, de 10,5% para 14,4%.
É nessa conjuntura que os bancos privados iniciaram demissões, em total desrespeito ao acordo firmado na mesa de negociações com o movimento sindical bancário, de não demitir durante a pandemia. Nesse período, foram 2.600 demissões na categoria. Os três maiores bancos, Itaú, Bradesco e Santander, demitiram 2.130. Ao contrário de outros setores da economia, esses mesmos bancos tiveram, no primeiro semestre, lucro de R$ 21,7 bilhões, mas, mesmo assim, recorreu às demissões para aumentar ainda mais suas rentabilidades.
Os bancos não vacilam em colocar bancários entre os milhões de brasileiros sem trabalho durante a combinação de uma crise sanitária com uma econômica. Além dos 14 milhões de desempregados identificados no final de setembro pelo IBGE, a população fora da força de trabalho é bem maior e soma 73,390 milhões. São pessoas que não estavam trabalhando nem procurando serviço. Em maio, eram 76,176 milhões.
Responsabilidade social é um princípio que os bancos ignoram, apesar de gastarem este ano mais de R$ 1,2 bilhão em publicidade, para melhorar a imagem frente à população. São empresas que lucram durante a pandemia e demitem milhares de trabalhadores. Por causa disso é que nesta quinta-feira (15) foi feito um protesto digital contra as demissões nos bancos. Milhares tuitaram a hashtag #QuemLucraNãoDemite. O protesto faz parte da campanha nacional contra as demissões que o movimento sindical bancário está realizando.
Fonte: Contraf com Comunicação SEEB de Santos e Região