Em assembleia realizada dia 28/09, no Sindicato dos Bancários de Santos e Região, os bancários decidiram a greve por tempo indeterminado diante da proposta de 4,29 % (repõe apenas a inflação) de reajuste dos banqueiros, que faturaram bilhões e mais bilhões nos últimos anos e com perspectiva de novos recordes de lucros. “A greve é nacional conforme deliberado por outras assembleias no país. É muito desrespeito da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), quando os cinco maiores bancos lucraram R$ 21,3 bilhões apenas no primeiro semestre de 2010. Isso significa um crescimento de 32% na média em relação ao ano passado e uma rentabilidade sobre o patrimônio de 25%.
Estes lucros estratosféricos são às custas do adoecimento dos bancários, submetidos a um modo de organização do trabalho baseado na imposição de metas e que favorece o surgimento de casos de assédio moral. Não é à toa que os problemas de saúde mental detêm, segundo dados do INSS, o mesmo nível de incidência na categoria bancária que os distúrbios osteomusculares (LER/DORT), grandes vilões da década de 90.
A categoria participou de cinco rodadas de negociação, debatendo todos os temas. Enquanto isso, os bancos enrolaram e disseram NÃO a tudo apostando no impasse e levando outra vez a categoria para a greve. Da mesma forma, os bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, seguiram a mesma intransigência da Fenaban e não avançaram as negociações específicas”, ressalta Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
“Se os bancos não entendem outra linguagem para negociar com seriedade senão a força da mobilização, a categoria não irá decepcioná-los. Os trabalhadores estão organizados e prontos para mostrar às empresas todo o seu descontentamento, fazendo uma greve ainda mais forte do que as dos últimos anos.
Assim, os bancários vão novamente à luta para enfrentar a ganância do sistema financeiro, que trata com descaso seus funcionários e clientes, principais responsáveis por seus lucros astronômicos,” finaliza.
Portanto, amanhã dia 29/09, as agências não serão abertas ao público, que por sua vez poderá utilizar os caixas eletrônicos, as lotéricas, supermercados e outros locais para pagarem suas contas. Na baixada a categoria é estimada em 4 mil trabalhadores (as).
As principais reivindicações são:
● 11% de reajuste salarial.
● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
● Previdência complementar em todos os bancos.
● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o fim das metas, ao assédio moral e à falta de segurança.
● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas e fim das terceirizações.
● Mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho e com as filas, além de melhorar o atendimento ao público.
● Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.