Pressão da greve forçou bancos a negociar; trabalhadores do setor que mais lucra seguem mobilizados por aumento decente para salários, PLR, vales, proteção aos empregos, melhores condições de trabalho.
Os bancários fizeram o maior primeiro dia de greve da história. O recorde na terça-feira 6 levou a federação dos bancos (Fenaban) a convocar o Comando Nacional dos Bancários para uma nova rodada de negociação na sexta 9.
Os representantes dos trabalhadores voltam à mesa com a mesma postura que tiveram nas cinco rodadas realizadas até agora: cobram aumento decente para salários, PLR, vales, proteção aos empregos, melhores condições de trabalho.
Os bancários trabalham para o setor que mais lucra no Brasil. Somente nos primeiros seis meses deste ano, BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander, os bancos que compõem a mesa de negociação, lucraram juntos R$ 29,7 bilhões. Não tem crise para banqueiro, não pode ter para bancário. Os trabalhadores já deram mostras da disposição de luta nesses primeiros dias de paralisação. Então, se os bancos querem o fim da greve, têm de trazer proposta que mereça ser apreciada pela categoria e não o que trouxeram na última rodada de negociação e que levou à paralisação nacional.
Assembleias já rejeitaram
Em 29 e 30 de agosto a Fenaban propôs 6,5% de reajuste para salários e demais verbas (perda real de 2,8%), manutenção da PLR nos mesmos moldes de 2015, abono de R$ 3 mil a ser pago uma única vez. Para as demais reivindicações da categoria, um sonoro não. Em assembleia realizada no dia 2/9, trabalhadores de todo o Brasil rejeitaram e votaram pela greve por tempo indeterminado.
Ou seja, não adianta os bancos continuarem enviando comunicados internos para tentar convencer os bancários sobre uma proposta que já foi rejeitada. Com essa política de abono e reajuste salarial rebaixado, não tem acordo. Querem levar a categoria de volta aos anos 1990, quando os bancários acumularam enormes perdas salariais. Não queremos retrocesso.
Vamos voltar para a mesa, hoje, com toda disposição para resolver a Campanha Salarial 2016. Mas os bancos já sabem: temos prioridades como a proteção aos empregos. Até julho deste ano os bancos extinguiram quase 8 mil empregos bancários. Isso tem de parar, os bancos devem isso aos bancários e a toda sociedade.
Fonte: Com informações SEEB SP