Por incompetência do governo, bancários da Caixa, únicos na linha de frente do auxílio emergencial, estão expostos ao contágio da covid-19
A Caixa Econômica Federal não é um banco como outros. Responsável pelo pagamento de praticamente todos os programas sociais do governo federal – inclusive o auxílio emergencial de R$ 600 recém-aprovado pelo Congresso Nacional –, a instituição padece de falta de visão de governos que não respeitam sua função primordial.
Nos anos 2000, a Caixa chegou a se fortalecer e passar dos 100 mil bancários, mantendo em crescimento seus ativos que entre 2007 e 2015 aumentaram 195%. Diversos acordos coletivos de trabalho, celebrados entre governo e sindicatos, dispunham inclusive sobre compromissos de novas contratações.
Mas, desde o golpe de 2016 e da chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República, o banco e seus funcionários voltaram a sofrer – e consequentemente os clientes e usuários. Nesse período acentuaram-se ameaças de privatização, cobrança por metas absurdas e programas de demissão tornaram a rotina nas unidades do banco público ainda mais estafante. A situação se agravou de forma alarmante com a pandemia do novo coronavírus.
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A Caixa é o único banco responsável por pagar o auxílio emergencial a mais de 45 milhões de brasileiros. Trabalhadores que estão na linha de frente das agências se esforçam para administrar o caos provocado pelo governo federal.
A demora na liberação do auxílio emergencial, a burocracia em torno da liberação dos R$ 600 do auxílio e a falta de informações mais claras e assimiláveis, justamente para a população que mais precisa e tem dificuldade nesse acesso via internet, transformou as agências da Caixa em barris de pólvora, prontos a explodir. A preocupação com o contágio dos cidadãos e dos funcionários é uma constante entre os representantes dos bancários.
Foco de contágio
A forma como estão as agências da Caixa virou foco de propagação do vírus agora que ele chega forte nas periferias. O povo mais necessitado, o mais vulnerável, que vai depender 100% de uma vaga no SUS caso venha a contrair o coronavírus e precise de tratamento de internação.
A população vulnerável, que precisa do auxílio emergencial, não tem acesso à internet, não sabe onde buscar informação. Liga no 111 e o serviço não funciona. Essas pessoas vão para as portas das agências aumentando ainda mais a possibilidade de contaminação. Bancários e clientes não tem nenhum apoio do governo federal.
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Crédito: Alexsander Ferraz/AT
Fonte: Com informações Rede Brasil Atual – 01/05/2020
Escrito por: CLÁUDIA MOTTA