Cerca de 10 mil na Av Paulista no Dia do Basta
Bancários da Baixada Santista participaram, com a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, outras centrais e sindicatos, do Dia do Basta, nesta sexta, 10.
A manifestação aconteceu na Av. Paulista, em São Paulo, e reuniu aproximadamente 10 mil pessoas na frente da Fiesp, uma das apoiadoras do golpe e do ilegítimo governo Temer.
Os trabalhadores e trabalhadoras caminharam pela Avenida Paulista até o prédio da Petrobras. Durante o ato, foram denunciados os diversos ataques e retiradas de direitos contra a classe trabalhadora.
Desemprego
As pesquisas recentes apontam que falta emprego para mais de 27 milhões de pessoas. Esses números, no entanto, são incapazes de revelar o drama vivido por quem está desempregado. As estatísticas também não revelam a insegurança daquelas pessoas que estão empregadas, mas convivem o medo de perder o emprego.
Importante ressaltar que o Brasil é campeão mundial em rotatividade no emprego, fazendo com que muitos alternem um período com emprego, outro vivendo de bicos e meses sem nenhuma ocupação remunerada.
Apesar de o desemprego preocupar a maioria da população, ele é funcional para as grandes empresas. Quanto maior é o desemprego, menor são os salários e direitos dos trabalhadores, pois as empresas aproveitam para reduzir a remuneração e precarizar a contratação. Com a aprovação da deforma trabalhista, essa situação se agravou, pois agora as empresas contam com uma infinidade de novas formas de contratar “funcionários baratos”, como o contrato intermitente, temporário, falso autônomo, terceirizados, PJs, MEI etc.
O desemprego ou a ocupação precária geram uma infinidade de consequências graves para a população, como dificuldade de pagar as contas, principalmente o aluguel e a alimentação, conflitos familiares. Gera, também, consequências nem sempre visíveis, como medo, insegurança,depressão e motiva, inclusive muitos suicídios, como apontam vários estudos.
População negra, mulheres, LGBT, jovens são mais afetados
Se os bilionários ganham com o desemprego de milhões, existem grupos no interior da classe trabalhadora que são ainda mais atingidos que os demais setores da nossa classe. Segundo a PNAD do 1º trimestre de 2018, o número de pessoas sem ocupação remunerada é de 2,2 milhões de homens não negros, enquanto atinge 4,1 milhões de negros. Entre as mulheres não negras, são 2,5 milhões, enquanto o número de mulheres negras atinge 4,2 milhões sem ocupação remunerada.
Os levantamentos do IBGE mostram que 54% dos que procuram emprego há mais de um ano são de pessoas na faixa de 14 a 29 anos. A população LGBT e idosa compõe, também, os grupos mais afetados pelo drama do desemprego e da precarização do trabalho.
Eleições
Além disso, a classe trabalhadora precisa participar ativamente da política. A eleição deve servir para debater a revogação de todos os retrocessos, como a deforma trabalhista, a terceirização e a Emenda 95.
Quem votou, não volta!
As organizações da classe trabalhadora vão, também, intensificar a campanha contrária aos deputados e senadores que aprovaram os retrocessos. Quem votou a favor da reforma trabalhista, por exemplo, nunca mais terá o voto do povo trabalhador.
Fonte: SEEB Santos e Intersindical