Na entrega da pauta específica para a Campanha Salarial 2016, dirigentes sindicais reforçam importância da mesa única com a Fenaban e reiteram defesa do banco público.
A entrega da pauta específica dos funcionários do Banco do Brasil para renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), na tarde de quinta 11, foi marcada pela cobrança do movimento sindical para que a direção da empresa valorize a mesa única que discute a pauta geral da categoria com a federação dos bancos (Fenaban).
A pauta foi entregue por integrantes do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB ao presidente do BB, Paulo Cafarelli, e ao vice-presidente de Varejo e Pessoas, Paulo Ricci.
Antes da crise internacional de 2008, os bancos públicos respondiam pela concessão de 34% do crédito no Brasil, atualmente chega a 57%. É uma política que auxilia a economia a crescer, gerando emprego e renda. Defendemos que BB, Caixa e demais estatais sejam fortalecidos cada vez mais. E isso passa também pela valorização dos funcionários, com remuneração maior e melhorias nas condições de trabalho em agências e departamentos. Assim, é fundamental que haja respeito à mesa única com a Fenaban, além de negociações produtivas nas questões específicas no BB.
Dirigentes sindicais reforçaram que a pauta foi aprovada após longo debate no 27º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, sendo retrato fiel das questões que afligem os bancários em seu dia a dia. Os bancários dos BB exigem uma discussão ampla sobre reestruturações e agências digitais; que haja valorização no piso e no plano de carreira e solução para a caixa de assistência. Tudo pode ser feito por meio do diálogo e os aguardam a mesma disposição do banco.
Também foi cobrada realização de negociação específica para tratar do déficit do plano de previdência do Economus – exclusivo dos funcionários oriundos do banco Nossa Caixa. Além da extensão das caixas de assistência (Cassi) e de previdência (Previ) para todos os funcionários.
Em resposta, Paulo Cafarelli, disse que o processo negocial será respeitado e todas as propostas dos funcionários serão analisadas. Paulo Ricci sinalizou que a direção do banco quer solução para o déficit da Cassi, sendo respeitados princípios discutidos em reuniões específicas com representantes dos assistidos ativos e aposentados.
Negociações
Os representantes dos trabalhadores e do banco não marcaram data da primeira negociação. Os debates do acordo aditivo ocorrerão simultaneamente às gerais da categoria com a Fenaban.
Lucro nas alturas e extinção de empregos
O Banco do Brasil teve lucro líquido de R$ 4,824 bilhões no primeiro semestre de 2016. Ainda assim, banco público eliminou 2.710 postos de trabalho em 12 meses.
Em doze meses (junho de 2015 a junho de 2016), a direção eliminou 2.710 empregos, sendo 249 apenas nos últimos três meses. Hoje o banco conta com 109.615 empregados. A situação nas agências e departamentos está cada vez pior.
Outro dado do balanço aponta que somente com o que ganhou com tarifas (R$ 11,621 bilhões, crescimento de 7,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior), o BB cobre em 104% do total das despesas de pessoal (inclusive PLR), que cresceram apenas 1,6% no período. Em doze meses, a instituição financeira fechou 116 agências.
Fonte: Com informações SEEB SP