Além de atender apenas serviços essenciais, reivindicações são para que os casos de extrema necessidade somente sejam atendidos mediante agendamento prévio, entre outros pontos; bancos devem dar as respostas até esta terça-feira (24)
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, por videoconferência, nesta segunda-feira, 23, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para discutir o funcionamento do trabalho nos estabelecimentos bancários e as medidas a serem tomadas para resguardar a saúde da categoria, dos clientes e usuários dos bancos, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19).
No início da reunião o Comando fez um balanço da semana, expôs os riscos da pandemia e colocou as reivindicações da categoria.
A Fenaban informou que cerca de 200 mil bancários e bancárias já estão em home office e caminha pra aumentar.
Uma das principais reivindicações da categoria foi para que os bancos mantenham apenas as atividades consideradas essenciais pelo decreto 10.282/2020, que, no setor financeiro, são: “compensação bancária, redes de cartões de crédito e débito, caixas bancários eletrônicos e outros serviços não presenciais de instituições financeiras” e o atendimento casos de extrema necessidade, à exemplo do idoso que não tem como usar outro meio e o serviço do qual dependa à sobrevivência do cidadão, sejam realizados somente mediante agendamento prévio para preservar os clientes bem como os trabalhadores
“Apenas o contingenciamento não está sendo suficiente. Mesmo assim, ele não está sendo adotado por todos os bancos e os que adotam não o fazem da mesma forma. Semana passada houve um grande movimento nas agências. Acaba que as pessoas não sabem o que devem fazer. Vão aos bancos sem que, neste momento, seja necessário”, observou a presidenta da Contraf, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
“Isso as expõe ao risco e também expõe os bancários e bancárias, além de dificultar o atendimento de quem realmente precisa de atendimento presencial”, completou, ao ressaltar que é fundamental padronizar as medidas para que a população não fique perdida e os bancários não cobrem ação dos sindicatos para que determinado banco tome uma medida mais favorável que está sendo realizada por outro.” A saúde é a principal prioridade nesse momento”, completou.
O movimento sindical também reivindicou o fechamento das agências e demais unidades bancárias para se realizar apenas o atendimento presencial dos casos de extrema necessidade e com agendamento; redução da jornada para os que tiverem que ir ao local de trabalho; garantia de deslocamento seguro para os que tiverem que fazer o atendimento não presencial, a manutenção e o abastecimento dos caixas de autoatendimento; home office para todos os bancários e bancárias, com exceção de quem terá que ir às agências para dar suporte ao funcionamento dos caixas eletrônicos.
Para os que tiverem que comparecer para manter os serviços essenciais, deve haver revezamento. Funcionários que façam parte dos grupos de risco, grávidas e aqueles que não tenham com quem deixar filhos menores, ou que residem com pessoas que fazem parte do grupo de risco não devem entrar no revezamento.
Os bancos alegam que precisam manter as agências em funcionamento para atender, principalmente, os idosos e outras pessoas que não tenham condições de se auto atender, mas vão analisar as reivindicações da categoria e responder o quanto antes.
Agências lotadas
É bom ver que a Fenaban está preocupada com as pessoas que se deslocam por longas distâncias para conseguir o atendimento bancário. Se as pessoas precisam se deslocar por longas distâncias é porque não existem agências em todas as cidades, em todas as localidades. Os bancos estão fechando agências e isso faz com que as pessoas precisem se deslocar para buscar o atendimento.
O problema de superlotação e a falta de agências já existia. Agora o problema ficou evidente por causa da pandemia. Mas, os bancários sempre estiveram sobrecarregados, as agências sempre estiveram lotadas, com aglomeração, as pessoas sempre tiveram que enfrentar longas filas para serem atendidas. O movimento sindical espera que essa preocupação perdure depois passar a pandemia.
Manutenção dos direitos
Entre as reivindicações do movimento que serão analisadas pelos bancos está a ultratividade dos Acordos e Convenções Coletivas até 31/01/2021. Caso seja aceita, os direitos da categoria, previstos na CCT e nos acordos específicos por bancos, serão mantidos até esta data, ou até que haja a assinatura de uma nova CCT, caso ela se efetue antes de 31 de janeiro de 2021.
O Comando também pediu que sejam suspensos os descomissionamentos, a cobrança de metas e as demissões durante a vigência do estado de calamidade, ou até que perdure a pandemia.
Outra reivindicação da representação sindical dos bancários foi para que seja antecipado o vale alimentação da categoria.
O Comando destacou ainda a importância do respeito à Convenção Coletiva e à negociação coletiva e, por isso, que não sejam adotadas as medidas previstas na Medida Provisória 927/2020, publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União deste domingo (22) e que permite corte de salários e direitos e exclui os Sindicatos da negociação. Não vamos aceitar nenhuma alteração no contrato de trabalho que prejudique a categoria.
Medidas sanitárias
O Comando pediu também para que a Fenaban intensifique a campanha na mídia orientando os clientes sobre o uso dos meios digitais, caixas eletrônicos e os riscos da contaminação pelo coronavírus. Também que sejam disponibilizadas máscaras, luvas e álcool gel para todos os bancários que irão realizar as atividades essenciais do setor.
Para clientes
O Comando também fez reivindicações que beneficiam os clientes e usuários do sistema bancário, como a suspensão dos vencimentos dos boletos por sessenta dias e a isenção de tarifas para de transferências eletrônicas (TED E DOC) para clientes com renda de até dois salários mínimos. O objetivo é diminuir a contaminação pelo uso de cédulas e evitar que os clientes se dirijam aos bancos para pagar boletos que vencem no período.
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Crédito: Fabiano Couto
Fonte: Contraf