A direção da Cabesp encerrou o processo eleitoral da mesma forma como começou. De forma nada democrática, os representantes do Santander rasgaram o estatuto da Caixa Beneficente, perderam a compostura e usurparam as atribuições da Comissão Eleitoral também no dia da apuração das eleições, ocorrida na segunda-feira, dia 2 de dezembro
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Como se não bastasse a arbitrária exclusão do processo eleitoral do candidato Wagner Cabanal homologado regularmente pela Comissão Eleitoral para disputar ao cargo de Diretor Administrativo, que gerou até a concessão judicial de Tutela de Urgência suspendendo a votação para o referido cargo, desta vez, também, novamente de forma truculenta e autoritária da presidente da Cabesp, exigiu a retirada da sala, no dia da apuração, do presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, que representava o candidato Mauricio Danno.
“Exaltou-se, foi mal educada, de forma nunca vista antes numa eleição”, comenta Camilo Fernandes, que continua: “Não tenho palavras pra dizer como nos sentimos naquele momento. Não apenas eu, mas todos ficaram estarrecidos porque a apuração é o momento mais democrático. É a hora que todos terão o conhecimento da escolha da maioria”.
Importante registrar que nunca antes na história da Cabesp foi visto tal truculência e autoritarismo, destoando por completo de seus antecessores na presidência da Caixa, quando os embates existiam, mas com devido respeito que nutre a relação entre pessoas maduras, adultas e responsáveis. As entidades repudiam a atitude da presidente, que demonstra não ter ela a menor empatia para a função que exerce, principalmente tratando-se de uma Associação cujo contrato reza direitos e obrigações equânimes entre as partes (Banco e Associados).
Atropelos na Comissão Eleitoral
Os primeiros sinais de autoritarismo ocorreram ainda no início do processo quando apresentou o modelo das eleições aos integrantes da Comissão Eleitoral sem consultá-los.
A impugnação do candidato inscrito, ignorando a decisão da Comissão Eleitoral que o havia aprovado, CONSTITUIU em golpe claro, pois não é atribuição estatutária da Presidente da Cabesp impugnar candidato, além de ter sido feita fora do prazo do previsto no Regulamento.
Por ter excluído o candidato do processo eletivo, a Comissão Eleitoral não validou o sistema eletrônico de votação, e deliberou, em Ata, pela não validade do resultado que fosse apurado, tanto que não lavrou Ata registrando os candidatos eleitos, conforme determina o Regulamento, para posterior proclamação.
Destaque para o desfecho deste caso, que lembra ato de criança mimada. A Comissão Eleitoral decidiu fazer uma ata registrando seu posicionamento sobre a apuração e encontrou negativas para o fornecimento até de papel para a redação. Depois, viram, seus componentes, ser negado o protocolo desta ata em diversas instâncias, o qual somente foi possível quando os diretores eleitos entraram em cena e (o) protocolizaram a Ata, a qual será juntada na ação judicial que está em curso.
Resultado favorável
Todos os entreveros do caminho não impediram que os candidatos da chapa Unidade pela Cabesp, apoiados pelas associações e sindicatos, vencessem a eleição.
Para diretor financeiro foi eleito Sergio Kiyoshi Hirata com 9.528 votos. A suplência é de José Roberto Cardoso, que também é apoiado pelas entidades.
Os dois eleitos para o Conselho Fiscal são Julio Higashino (6.003) e Mario Luiz Raia (3.680). Como suplentes ficaram José Cristiano Massoni Meibach (305) e Dorival Jesuíno Faustino (248)
Para a vaga de diretor administrativo foi eleito Maurício Nobuiti Danno, com 9.248 votos. No entanto, por estar sub judice, deverá ser aguardado o julgamento do mérito da ação movida pela Comissão Eleitoral.
As associações agradecem os votos recebidos para a chapa Unidade pela Cabesp, que foi montada em um momento histórico de união das entidades pelo bem deste importante patrimônio. A Cabesp é dos banespianos!
Falhas no processo x menor participação da história
O levantamento dos números de votantes das últimas sete eleições (de 2007 a 2019) aponta que esta foi a menor participação dos eleitores nos pleitos da Cabesp. Esta foi primeira vez que o sistema de votação via internet foi usado, bem como a primeiro pleito comandado pela atual presidente.
Apenas 10.445 associados participaram do pleito dos 21.030 aptos a votar. O número representa 49,66% dos eleitores, evidenciando que a posição das Associações, que era pelo sistema misto de votação (eletrônico e correio) era o melhor. O quórum, que a cada eleição fica cada vez menor, dessa vez teve a contribuição de um sistema falho, que impediu que inúmeras pessoas conseguissem votar. As Associações receberam dezenas de reclamações neste sentido durante todo o processo.
Enviar as senhas via SMS para os associados se mostrou uma estratégia equivocada. Teve quem recebeu mais de uma vez (senhas diferentes, inclusive) antes de votar e quem recebeu novamente depois de já ter votado. Os que não tiveram acesso à senha se viram obrigados a tentar incessantemente atendimento pelo Disk Cabesp, ouvindo a gravação de que todos os atendentes estavam ocupados.
Sem contar que o sistema de votação não permitia que os associados saíssem da tela em caso de dúvidas, gerando muitos votos nulos e brancos, em especial para a diretoria administrativa, até porque era o primeiro cargo a ser votado.
Muitos relatos, disponíveis nos grupos dos colegas nas redes sociais, confirmam que o processo gerou insegurança pela sequência amadora e desastrada de ocorrências propiciadas pela diretoria da Cabesp, que excluiu a Comissão Eleitoral.
Como resultado final ficou claro que nossos colegas não aceitam que pessoas não comprometidas com o bem estar da CABESP e com a sua perenidade possam exercer cargos dirigentes, significando um recado cristalino ao banco Santander que não deve tentar tomar conta da CABESP por intermédio de prepostos.
Fonte: Afubesp – 04/11