Considerando o período de agosto a novembro deste ano, foram 4.574 km2 de área de floresta desmatada
A destruição da Amazônia se intensificou em novembro: foram 555 km2 de áreas desmatadas, um aumento de 123% em relação ao mesmo mês de 2021. Os dados são do sistema Deter-B, do Inpe, divulgados nesta sexta-feira (9). Segundo o Observatório do Clima (OC) – principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática – o resultado é o segundo pior de toda a série históica, perdendo apenas para 2020, quando a área desmatada em novembro chegou a 563 km2.
Considerando o acumulado de agosto a novembro deste ano, o número assusta ainda mais: foram 4.574 km2 de área de floresta desmatada. Outro triste recorde da série histórica teve início em 2015. Em relação ao ano passado, o aumento registrado no período é de 51%.
O OC explica que esses números se refletirão na contagem do próximo período, já que a taxa de desmatamento da Amazônia é medida de agosto a julho, ou seja, caírão no colo do próximo governante, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O que vemos na Amazônia é resultado de um plano de destruição implementado pelo atual governo. Bolsonaro deixará uma herança nefasta para o Brasil, e deve ser responsabilizado legalmente por toda a destruição que causou”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
E é por causa das ações do governo Bolsonaro que o maior bloco de florestas intactas começou a ser corroído em novembro. O município campeão em desmatamento foi Lábrea (AM), que fica às margens da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho). Uma obra de asfaltamento da BR-319 foi autorizada por Bolsonaro mesmo com todos os pareceres técnicos contrários, intensificando o desmatamento na região.
“Esse resultado chega três dias depois da aprovação da regulação europeia contra o desmatamento importado. Os números nos deixam mais distantes de nos ajustar à nova lei, prejudicando o agronegócio brasileiro e a imagem do país no exterior” finaliza, Astrini.