Comemoração do 1º de Maio – FSM Cone Sul
A Federação Sindical Mundial (FSM), do Cone Sul, comemorou o Dia de Luta do Trabalhador 1º de Maio, nesta sexta-feira (14/5/21), com falas e saudações direcionadas a todos os trabalhadores da América Latina e Caribe. O ato reuniu 73 lideranças sindicais de vários países.
As saudações tiveram início com o coordenador da FSM/Cone Sul e sindicalista do Sindicato Argentino da Indústria do Couro (SAMC), Ernesto Quiqui Trigo; seguido do dirigente sindical cubano, da Central dos Trabalhadores Cubanos (CTC), Ernesto Freire, coordenador da Oficina Regional da FSM para América Latina e Caribe.
O Coordenador Ernesto Quiqui Trigo, em breve saudação, lembrou dos atuais massacres dos povos colombiano e palestino por governos autoritários e subordinados aos EUA. “É por isso que a FSM tem que seguir em frente na luta por justiça e liberdade à classe trabalhadora e para a população”, afirmou.
Pelo Brasil falaram Ricardo Saraiva Big, secretário de Relações Internacionais da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e secretário geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região; e Francisco Souza, da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.
Big
Big iniciou sua exposição saudando a todos em nome da Intersindical Central da Classe Trabalhadora e repudiou a ação genocida dos governos colombianos contra o povo e israelense contra os palestinos. Em seguida disse que o capitalismo enfrenta uma crise sem precedentes e, nesta etapa, os padrões de acumulação são ainda mais dependentes de sua dimensão financeira e mais agressivos contra a humanidade e o meio ambiente. Defendeu o bloco econômico dos BRICS (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) atacado pelos EUA, por trazer independência ao imperialismo norte americano a seus integrantes.
Golpes
Também lembrou dos golpes sofridos por governos das Américas do Sul e Central. A partir deste cenário surgem sistemas fascistas capitaneados por Donald Trump no Brasil, Colômbia e Chile; além de outros golpes no Paraguai, Honduras e Bolívia; e a vitória do banqueiro Guillermo Lasso, no Equador.
O secretário de Relações Internacionais da Intersindical ressaltou a pandemia que está tirando a vida de milhões de pessoas no mundo e mais de 430 mil brasileiros, por conta do negacionismo do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Afirmou que para derrotá-lo é fundamental a unidade da esquerda no país. Justificou que é fato o exemplo de divisões históricas dos socialistas na Alemanha, Espanha e Portugal que resultaram no nazifascismo nestes países, por décadas. No Equador, agora, a divisão impôs um governo de ultradireita, que aumenta ainda mais a miséria que se alastra pela América Latina.
Unidade das esquerdas
Mas quando há união da esquerda e mobilização dos trabalhadores temos como resultado as eleições de Alberto Fernández, na Argentina; e do candidato apoiado por Evo Morales, na Bolívia, Luis Arce. Sem falar na derrota de Donald Trump, que apoiava Jair Bolsonaro, “isso deu um certo alívio aos trabalhadores brasileiros”. Big Finalizou dizendo que: vamos derrotar os fascistas, queremos vacina para todos, somente a unidade do trabalhador trará a vitória!
A comemoração virtual teve falas de companheiros de vários países e foi transmitida para o Brasil, Cuba, Argentina, Paraguai, Chile, Colômbia, México e Uruguai.
União e solidariedade
Também fizeram uso da palavra aos trabalhadores os companheiros:
Santiago Ortiz – Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas do Paraguai;
Flor de Liz Feijoo – Secretária Geral da SUA, Uruguai;
Daniel Tano Catalano – Secretário Geral da ATE Capital, Argentina.
Todos foram unânimes de que é preciso reunir esforços na luta contra o autoritarismo que domina os povos latinos e caribenhos e sua exploração. A resistência é possível através da organização e mobilização da classe trabalhadora por um mundo melhor. A solidariedade aos colombianos e aos palestinos foi um dos grandes temas da noite.
Massacre na Colômbia e resistência dos trabalhadores
A comemoração foi encerrada pelo dirigente da FSM/Colômbia, Ernesto Mora, membro da junta diretiva da União Nacional de Empregados Bancários da Colômbia. Mora disse que seu país vive há décadas uma crise de terror com governos alinhados às grandes corporações e governos norte americanos. Milhares foram massacrados com prisões, torturas e assassinatos por policiais, militares e grupos paramilitares.
A desigualdade, o desemprego e a miséria são gigantescas. Atualmente, com o governo ultraliberal de Iván Duque, as reformas e a repressão vem castigando ainda mais a população. Novamente os militares e policiais estão assassinando, prendendo e torturando. Suas reformas trabalhistas, tributárias e do código penal iniciaram uma guerra interna, onde, além dos trabalhadores, grupos de direitos humanos são agredidos nas ruas.
Contudo, a mobilização e a greve geral dos trabalhadores vão derrotar o autoritarismo. Afirmou que a FSM segue combatendo o fascismo e defendendo a justiça, os direitos humanos, o pleno emprego e a juventude!
Crédito: Gustavo Mesquita
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região
Escrito por: Gustavo Mesquita