A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, integrantes da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, estão participando do 1º de Maio
Mais da metade dos trabalhadores brasileiros estão com algum tipo de problema financeiro, segundo a pesquisa Saúde e Gestão, da fintech Onze, situação que impacta a saúde mental das pessoas. Alguns dados da economia são positivos: a renda média domiciliar per capita cresceu e o mercado de trabalho está mais aquecido em 2024, mas a inflação, que está em desaceleração, ainda é alta. A taxa de juros, apesar de estar em queda desde 2023, segue sendo alta. Esses são alguns dos desafios e pautas em debate neste 1º de maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora.
O sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), concedeu entrevista ao programa Central do Brasil segunda-feira (29) e explicou porque a redução da taxa de juros é um tema tão importante para os trabalhadores:
“O Brasil aplica ainda uma das maiores taxas de juros do planeta. Isso, em certa medida, é um freio muito grande a economia e coloca severas restrições ao crescimento. Solicitar e reivindicar a menor taxa de juros significa apoiar o crescimento econômico, a geração de emprego e ampliação da capacidade produtiva do país”.
A prévia do IPCA mostrou desaceleração da inflação. A taxa de 0,21% é a menor para abril desde 2020, quando a economia brasileira sentia os impactos da pandemia. Para Lúcio, a desaceleração é um bom sinal e dá um maior argumento para que a sociedade pressione o Banco Central a diminuir a taxa de juros.
“Nós caminhamos rapidamente para uma inflação acumulada em 12 meses menor do que 4%, nos aproximamos das metas que o Brasil adota e, portanto, sem a necessidade do Banco Central colocar um pé no freio tão severo como vem colocando na economia brasileira”, afirmou.