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Diferença salarial entre homens e mulheres aumenta 5,6% no governo Bolsonaro

11 de março de 2020

O presidente já defendeu, em 2016, que mulheres deveriam receber menos porque engravidam

Depois de registrar queda por sete anos seguidos, a diferença salarial por gênero voltou a subir em 2019, primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro.

 

Segundo reportagem de Mariana Tokarnia, da Agência Brasil, a distância salarial subiu de 44,7% para 47,24%, contrariando uma tendência de redução que vem desde 2011 – quando os números apontavam uma disparidade de 63,98%. A diferença subiu 2,54 pontos percentuais – ou 5,6% de aumento.

 

>> Casos de feminicídio aumentam 7,3% em 2019, aponta levantamento

 

Dados da plataforma Quero Bolsa obtidos pela reportagem com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que a média salarial para homens é de R$ 3.946 enquanto para mulheres é R$ 2.680.

 

Segundo o Caged, nas dez carreiras de ensino superior com maior geração de postos de trabalho, mulheres recebem salários menores em sete delas. O posto de analista de negócios, é o que apresenta maior disparidade: R$ 5.334 contra R$ 4.303.

 

Pedro Balerine, do Quero Bolsa, destaca que a injustiça é ainda maior devido ao fato das mulheres se qualificaraem mais profissionalmente. “As mulheres estudam mais, fazem mais pós-graduação, mais mestrado, mais doutorado, não faz o menor sentido ter essa discrepância. Ela é injustiça”, declarou.

 

>> Bolsonaro corta verba de combate à violência contra a Mulher

 

O presidente Jair Bolsonaro já defendeu, em 2016, que mulheres deveriam receber um salário menor “porque engravidam”. “Eu não empregaria [mulheres e homens] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente”, disse no programa Superpop, da apresentadora Luciana Gimenez.

 

Ele comentava sobre uma entrevista em que afirmou que “entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? ‘Poxa, essa mulher está com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, 6 meses de licença-maternidade’. Quem que vai pagar a conta? O empregador”.

 

Nas eleições de 2018, o então candidato negou que já houvesse defendido tal medida, mas vídeos com a declaração feita dois anos antes passaram a circular nas redes.

 

Assista ao comentário do presidente feito em 2016:

Aos 5 minutos e 30 segundos, Luciana Gimenez pergunta e Bolsonaro responde. Não há dúvida sobre o que ele disse.

Fonte: Revista Fórum – 10/03/2020
Escrito por: Redação Fórum

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Publicado por: Fabiano Couto

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