Vamos para o 21º dia de greve nesta segunda-feira (26), na maior greve nacional da história lutando por salário digno e melhores condições de trabalho. Em Santos, cerca de 118 agências estão paralisadas. Nas demais cidades da região são 114 unidades
“A intransigência dos banqueiros, que se negam a retomar as negociações e defendem reajuste abaixo da inflação faz da greve na Baixada uma das mais fortes do país. Das 132 agências existentes em Santos, o maior polo da categoria na região, aproximadamente 118 estão fechadas. Nas demais cidades da Baixada, do total de 163 unidades, 114 foram paralisadas” afirma Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Segundo os números nacionais, já são mais de 13 mil agências paralisados no Brasil, aproximadamente 57% dos locais de trabalho.
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Bancários reúnem-se dia 26/9
O Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta segunda-feira (26), em São Paulo, a partir das 14h. Os dirigentes sindicais vão avaliar as paralisações e mobilizações da maior greve da história da categoria e definir os próximos passos a serem seguidos.
A pauta de reivindicações foi entregue aos bancos no dia 9 de agosto, mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) insiste na proposta abaixo da inflação para rebaixar salários. Já foram oito rodadas de negociação sem sucesso. “Mesmo após recordes diários paralisações, os bancos insistem em se manter em silêncio tentando desestruturar o movimento grevista com demissões ilegais desmontadas pelo nosso Sindicato como aconteceu no Santander/Pça Mauá/Santos, onde reintegramos dois dias depois de ser demitido em plena greve”, diz Eneida Koury.
De acordo com Ricardo Saraiva Big, Secretário Geral do Sindicato, o Comando Nacional dos Bancários está aberto às negociações, mas até agora a Fenaban não marcou novas reuniões.
Muito dinheiro e demissões
Os lucros são astronômicos! Em contrapartida, o emprego só diminui. Os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos. Os banqueiros não apresentam nenhuma alternativa senão a proposta rejeitada de 7% e abono único de R$ 3.300,00. Reajuste abaixo da inflação.
“Os bancos não agendam negociação. Os trabalhadores querem reajuste justo e os aguardam. Só dizem que a crise afeta a economia. Sim a inflação está afetando os trabalhadores, os bancos tem lucros todo trimestre. A verdade é que tentam rebaixar o piso e os salários dos bancários e bancárias para continuar recolhendo lucros bilionários recordes como nas últimas décadas”, ressalta Eneida. A greve é unificada, nacional e por tempo indeterminado!
Principais reivindicações dos(as) Bancários(as)
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de reajuste;
PLR: 3 salários mais R$8.317,90;
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo);
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês;
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês;
Melhores condições de trabalho com o fim das metas e do assédio moral que adoecem os bancários;
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Imprensa Seeb Santos e Região
Escrito por: Gustavo Mesquita