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Bancos cobram até 15,49% de juros, mas não pagam a inflação de 9,62%

20 de setembro de 2016

No 16º dia de greve, nesta quarta-feira, 21, os bancários continuam firmes porque a greve é por salário, condições de trabalho e por melhor atendimento. Contra a intransigência dos bancos, alguns cobram juros de 15,49% (ao mês) de quem utiliza cheque especial e não querem pagar nem a inflação de 9,62% no salário. Em Santos, 90% continuam de braços cruzados. Nas demais cidades, 70%

Os maiores bancos que atuam no Brasil, sejam os nacionais (BB, Caixa, Itaú e Bradesco), ou o Internacional Santander são os que mais lucram no mundo. Um exemplo são as taxas cobradas de quem utiliza o cheque especial num momento de urgência. Conforme o Procon e caso você procure nos sites vai observar que o Santander cobra 15,49% ao mês dos clientes, o HSBC 14,67%, o Bradesco 13,15%, o Itaú absorve 12,95 ao mês, o Safra 12,6%, a Caixa 12,59% e o BB juros mensais de 12,40%. Estas mesmas Instituições oferecem reajuste abaixo da inflação medida em 9,62%.

Para os clientes, a taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados, chegam a mais de 400% ao ano conforme a inadimplência. No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos percentuais. A filial do Santander no Brasil é a que dá o maior lucro aos espanhóis, o Itaú, BB e Bradesco figuram entre os primeiros do ranking mundial de rentabilidade. Ainda assim, os bancos, irredutíveis, continuam oferecendo 7% e abono único de R$ 3.300.

Os lucros são astronômicos! Em contrapartida, o emprego só diminui. Os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

“Os bancos não agendam negociação. Os trabalhadores querem reajuste justo e os aguardam. Só dizem que a crise afeta a economia. Sim a inflação está afetando os trabalhadores, os bancos têm lucros todo trimestre. A verdade é que tentam rebaixar o piso e os salários dos bancários e bancárias para continuar recolhendo lucros bilionários recordes como nas últimas décadas”, ressalta Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. A greve é unificada, nacional e por tempo indeterminado!

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Principais reivindicações dos(as) Bancários(as)

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de reajuste;

PLR: 3 salários mais R$8.317,90;

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo);

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês;

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês;

Melhores condições de trabalho com o fim das metas e do assédio moral que adoecem os bancários;

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Crédito: Fernando Diegues
Fonte: SEEB de Santos e Região
Escrito por: Gustavo Mesquita

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O SEEB Santos e Região foi fundado em 11/01/1933. As cidades da base são: Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá e Bertioga. O Sindicato é filiado à Intersindical e a Federação Sindical Mundial (FSM).

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