Neste 4º dia de greve (9/9), em Santos 90% continuaram de braços cruzados esperando respeito da Fenaban nas negociações. Nas demais cidades da Baixada Santista paralisações atingem 70% das agências. Na negociação desta sexta-feira, a proposta de apenas 7% foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários e nova reunião agendada para terça (13). A greve continua por tempo indeterminado
No quarto dia de greve, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu, na rodada de negociações, reajuste de 7% aumentando apenas 0,5% sobre o índice inicial de 6,5% da 1ª rodada . Longe da inflação projetada do INPC de 9,57% a proposta foi rejeitada pelo comando Nacional dos Bancários ainda na mesa. Os bancos querem impor ainda a política de desvalorização dos salários com um único abono de R$ 3,3 mil. Os bancários reivindicam aumento de 14,78% (inflação + 5% de reajuste). A forte greve pressionou a Fenaban a agendar uma terceira rodada para terça-feira, a partir das 14h.
“O que há nas negociações por parte dos bancos é desrespeito com os trabalhadores e tentativa de desvalorizar os salários, direitos e benefícios. Esta política de abono em parceria com índice abaixo da inflação já foi utilizada no governo de FHC e reduziu em mais de 100% os salários da categoria, principalmente dos funcionários do Banco do Brasil e empregados da Caixa Econômica Federal. Por isso, não podemos tolerá-la, ainda mais sabendo que no ano passado os cinco maiores bancos brasileiros lucraram quase R$ 70 bilhões! O lucro é 16,2% maior que o alcançado em 2014”, diz Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
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A perversidade do Abono Salarial
“Continuamos a alertar a categoria de que abono é uma estratégia utilizada pelas empresas para achatar os pisos de ingresso e não recompor o poder de compra dos salários, com o objetivo claro de acumular lucro”, afirma Ricardo Saraiva Big, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
O abono reflete de forma negativa e produz perdas sobre o 13° salário, férias, INSS, FGTS, PLR, sendo que após um ano não existirá mais e as perdas inflacionárias persistiram nos salários. O valor apenas resolve os problemas imediatos do mês. E sendo assim, os bancos não contabilizam a quantia na folha seguinte.
Sindicato reforça greve no Litoral Sul no feriado
Mesmo sendo feriado em Santos, dia 8/9 (Nossa Senhora do Monte Serrat – Padroeira de Santos), a diretoria já estava bem cedo organizada nas portas das agências das cidades de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Bertioga para reforçar a greve nestas cidades, que fazem parte da base territorial do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. O mutirão fechou quase a totalidade das unidades na região.
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Principais reivindicações dos Bancários (as)
Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de reajuste;
PLR: 3 salários mais R$8.317,90;
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo);
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês;
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês;
Melhores condições de trabalho com o fim das metas e do assédio moral que adoecem os bancários;
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Imprensa Seeb Santos e Região
Escrito por: Gustavo Mesquita