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Pesquisa aponta 66 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2014

25 de fevereiro de 2015

Pesquisa nacional aponta que 66 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2014, uma média de 5,5 vítimas fatais por mês, o que representa aumento de 1,5% em relação a 2013, quando foram registradas 65 mortes. O levantamento foi realizado pela Contraf e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e com apoio técnico do Dieese.

A divulgação da pesquisa ocorreu na tarde desta terça-feira (24). São Paulo (20), Rio de Janeiro (8), Goiás (5), Minas Gerais (4), Paraná (4) e Pernambuco (4) foram os estados com o maior número de mortes. 

As principais ocorrências (48,5%) foram o crime de "saidinha de banco", que provocou 32 mortes; o assalto a correspondentes bancários (24,2%), que matou 16 pessoas; o transporte de valores (13,6%, que vitimou 9 pessoas, e o assalto a agências (10,6%), que tirou a vida de 7 pessoas. Houve também 2 mortes em ataques a caixas eletrônicos.

Novamente, as principais vítimas (54,5%) foram os clientes (36), seguidas de vigilantes (10) e policiais (8). As demais mortes são de transeuntes, donos ou empregados de correspondentes bancários e vítimas de balas perdidas em tiroteios entre assaltantes de bancos e policiais. 

A pesquisa também revela a faixa etária das vítimas, quase sempre identificada nas notícias da imprensa. As idades entre 31 a 40 anos e acima de 60 anos foram as mais visadas, com 14 mortes cada (21,2%), seguida pela idade de 41 a 50 anos, com 13 mortes (19,7%), e a idade até 30 anos, com 9 mortes (13,6%).

Já o gênero das vítimas continua sendo liderado pelos homens (57), o que representa 86% dos casos. Também foram assassinadas 9 mulheres (14%).

Falta de investimentos dos bancos e tentativa de transferir responsabilidades

Para o movimento sindical, essas mortes comprovam outra vez a carência de investimentos dos bancos para melhorar a segurança dos estabelecimentos e garantir um atendimento seguro para os clientes e a população. 

Em vez de fazer a sua parte, os bancos vivem empurrando a responsabilidade pela segurança para os clientes e o Estado, apesar da atividade de risco que exercem e dos seus lucros abundantes.

Segundo dados apurados pelo Dieese com base nos balanços publicados, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 60,3 bilhões em 2014. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,7 bilhões, o que representa média de 6,1% em comparação com os lucros auferidos. 

Como se não bastasse essa escassez de investimentos em segurança, os bancos vivem descumprindo a lei federal nº 7.102/83, que tem mais de 30 anos e se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. No ano passado, a Polícia Federal aplicou multas contra 21 bancos, no total de R$ 19 milhões, durante as reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP).

Insegurança nos correspondentes bancários

A disparada das mortes em assaltos a correspondentes bancários (lotéricas, banco postal, lojas e outros estabelecimentos) não surpreende. Os bancos estão elitizando os serviços e empurrando cada vez os clientes de baixa renda para esses estabelecimentos, onde a segurança é mínima, quando existe, precarizando o atendimento, aumentando o risco e expondo perigosamente a vida das pessoas.

A pesquisa revela também o aumento das mortes em operações de depósitos e transporte de valores com ou sem carro-forte. 

Fonte: Com informações da Contraf com CNTV e Dieese

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