Apesar da repressão, votação é adiada para esta quarta, 04
Ataque de gás de pimenta e pancadas de cassetetes, muita Polícia Militar e segurança reforçada, essa foi a recepção que os trabalhadores tiveram no dia de hoje ao chegar à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJC) para se manifestar contra a votação do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização às atividades-fim.
Por volta das 14h, horário marcado para iniciar a sessão, já havia um enorme cordão de isolamento composto por soldados da PM em frente à entrada do Anexo 2 da Câmara dos Deputados. Com a demora para iniciar a sessão e a proibição da entrada dos trabalhadores, a tensão aumentou deflagrando o conflito. "Retardaram demais a sessão e colocaram um monte de Polícia Militar na porta do Congresso, não queriam deixar entrar ninguém e houve muita pancadaria", disse Alexandre Caso, dirigente do Coletivo Bancários na Luta e da Intersindical.
No entanto, Caso explicou que, apesar da violenta repressão, nem a PM, nem os seguranças conseguiram conter os trabalhadores e a entrada na Câmara foi inevitável, acabando por ser cancelada a sessão e fazendo com que o projeto não fosse colocado em votação.
Os trabalhos serão retomados nesta quarta-feira, 04, à partir das 10h e novas manifestações já estão previstas. Os trabalhadores não ficarão calados frente a mais este ataque.
PL 4330
O texto do PL 4330 é um substitutivo do Deputado Federal Arthur Maia (PMDB-BA) sobre o projeto original de 2004 de autoria do também Deputado Federal Sandro Mabel (PMDB-GO) e, entre outras coisas, permite ampliar a terceirização para a totalidade das funções de uma empresa, desmontando e distanciando ainda mais os direitos dos trabalhadores contratados de responsabilidades trabalhistas da empresa contratante.
A INTERSINDICAL entende que a terceirização em si mesma é um ataque à classe trabalhadora a ser combatido cotidianamente. Nesse sentido, nossa luta é pela imediata retirada e total anulação do PL 4330 e por leis trabalhistas que visem o ampliar, concretamente, os direitos dos trabalhadores.
Fonte: INTERSINDICAL