No segundo dia de greve dos bancários, 28/09/2011, houve aumento de adesão categoria. Por isso, mais de 90% das agências de Santos foram paralisadas. Nesta quarta-feira, os bancários partiram para cima de unidades do Bradesco e de outros bancos, em bairros mais distantes como a Ponta da Praia, para paralisar totalmente o atendimento.
“Nas outras oito cidades que compõem a região metropolitana da Baixada Santista (São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Cubatão, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga) a porcentagem é de cerca de 80% das agências paralisadas. Os caixas eletrônicos continuam a serviço da população para pagamentos e sendo reabastecidos para saques dos clientes”, afirma Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Os banqueiros continuam intransigentes na proposta de 8%, apesar de lucrarem mais de 20% somente no primeiro semestre de 2011. Os bancários reivindicam 12,8% de aumento salarial.
Pressão dos bancos leva trabalhador ao suicídio
“Para os bancos não existem metas impossíveis, as metas não causam doenças, os bancários não são os que mais adoecem e humilhação e assédio são problemas isolados, não da pressão exercida pela empresa para cumprir metas. A intransigência e descaso empurram os bancários à greve”, reforça Big.
Segundo a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), um estudo feito entre 1996 e 2005 apurou junto ao Ministério da Saúde que 181 bancários cometeram suicídio, numa média de um a cada 20 dias. “Eu quis verificar se um fator social – as pressões no ambiente de trabalho – poderia contribuir para desencadear transtornos mentais de tal gravidade que as pessoas perdiam a vontade de viver”, explicou ao site da UnB o pesquisador Marcelo Finazzi, mestre em Administração e autor da dissertação Patologia da Solidão: o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho.
Na mesma entrevista, o autor destacou: “Faltam o cumprimento da legislação trabalhista, metas de produção condizentes com a capacidade física e psicológica dos funcionários, assim como o treinamento dos gestores para lidar com os conflitos. O suicídio tem sido o desfecho trágico de muitos trabalhadores que sucumbem às violências do trabalho”.
Reivindicações salariais mais do que justas
“Nós, bancários reivindicamos reajuste salarial de 12,8%, PLR de três salários mais R$ 4.500, piso do Dieese (R$ 2.297,51 em junho), plano de cargos e salários para todos, mais contratações, fim da rotatividade com garantia de emprego, reversão das terceirizações entre outros itens colocados na pauta entregue, dia 12/08, à Fenaban.
Os 12 maiores bancos do sistema financeiro, que lucraram mais de R$ 27 bilhões no 1º semestre deste ano, tem que fazer a sua parte distribuindo renda e garantindo o emprego”, afirma Eneida Koury, secretaria geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.