A Fenaban escondeu a proposta de piso da categoria na nota enviada à imprensa na terça-feira (20) após a quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários. Em vez de divulgar o valor de R$ 1.347,50 que é o salário de ingresso apresentado para funcionários após 90 dias, os bancos divulgaram a proposta de piso para os caixas, no valor de R$ 1.842,36, que inclui a gratificação de função e outras verbas de caixa. Uma diferença de R$ 494,86!
Segundo dados do Dieese, cerca de 140 mil bancários recebem o piso, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria.
A nota da Fenaban revela também que a proposta de reajuste corresponde à “reposição da inflação e aumento real”. Na realidade, o reajuste oferecido significa um ganho de apenas 0,37% acima da inflação, muito pouco diante do crescimento econômico do país e dos lucros bilionários dos principais bancos.
“Além de mascarar o piso, a nota da Fenaban ainda tenta vender a ideia de que os bancários vivem num paraíso em seus locais de trabalho, o que está distante da realidade. Não há uma palavra sobre a pressão pelo cumprimento de metas abusivas e o assédio moral, que têm levado muitos trabalhadores ao adoecimento. Como se não bastasse, nada consta sobre o risco de morte em assaltos e sequestros, e acerca das discriminações por raça, gênero, orientação sexual e contra pessoas com deficiência”, critica um representante do Comando Nacional.
“Se hoje temos a melhor convenção coletiva do país, como afirma a Fenaban, não é por benevolência dos bancos. Foi tudo fruto de intensas lutas travadas pelos bancários e bancárias ao longo dos anos para conquistar mais direitos, melhores salários e condições de trabalho”, explica um dos representates dos trabalhadores., que lembra o ditado popular “banco não tem coração, tem cofre”.
Fonte: contraf