A Fenaban está jogando duro na mesa de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, empurrando a categoria para a greve. Nesta Campanha Salarial, nem negociar melhorias nas condições de segurança os banqueiros querem. Todas as reivindicações da categoria foram negadas na segunda reunião da rodada de negociação sobre o tema, realizada nesta terça-feira, 6, em São Paulo.
Os bancários querem a instalação de portas de segurança com detectores de metais (no Espírito Santo, uma lei estadual garante a obrigatoriedade do equipamento) antes do autoatendimento e em todos os acessos às agências, vidros à prova de bala; câmeras em todas as áreas internas e externas das unidades com monitoramento em tempo real; divisórias individualizadas entre os caixas eletrônicos, biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas e isenção das tarifas de transferências de recursos (TED e DOC). Também querem melhorias na assistência às vítimas de assaltos e sequestros e a proibição da guarda das chaves de cofres e do transporte de valores por bancários.
Para a Fenaban, no entanto, a guarda das chaves não é motivo de assaltos. Sobre os equipamentos de segurança, os banqueiros querem remeter a discussão para a mesa temática, a partir do que prevê a Lei 7.102/1983. Somente em relação às câmeras, a Fenaban ficou de procurar os bancos para trazer uma proposta de ampliação desse mecanismo.
Os banqueiros também negaram a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho para todos os bancários vítimas de assalto. Também foi reivindicado, sem sucesso, o fechamento da agência assaltada até que seja feita perícia técnica com participação do Sindicato. Os bancos defenderam apenas a manutenção das cláusulas atuais, conquistadas pelos trabalhadores na campanha do ano passado, que garantem assistência médica ou psicológica, emissão obrigatória de boletim de ocorrência, possibilidade de realocação das vítimas de sequestro e acesso às estatísticas semestrais de ataques a bancos da Febraban.
Sobre o transporte de valores, os bancários querem o cumprimento da lei federal 7102/83, ou seja, que seja feito somente por vigilantes em carro-forte. O assunto é objeto de procedimento que se encontra pendente na Procuradoria Geral do Ministério Público do Trabalho. A Fenaban ficou de consultar os bancos. Disse, no entanto, que se está acontecendo algo em desacordo com a legislação que sejam feitas denúncias para a Polícia Federal e ao Ministério Público.
“Há um descontentamento com o andamento das negociações. Tudo que a gente coloca que está acontecendo com a categoria, a Fenaban nega. Parece que vivemos em realidades diferentes, pois as denúncias feitas pelos bancários de base mostram que há problemas sérios na segurança que precisam ser sanados”, afirma Idelmar Casagrande, representante da Intersindical no Comando Nacional dos Bancários.
A última rodada dessa primeira fase de negociações acontece na próxima segunda-feira, 12, quando entra em pauta o tema remuneração. Até o momento, foram tratadas, em bloco, as reivindicações sobre saúde, segurança, emprego, igualdade de oportunidades, correspondentes bancários, terceirização e melhorias no atendimento à população. Por enquanto não houve avanços.
Fonte: S