A Caixa pretendia limitar sua participação a, no máximo, 50% do custo total, e aplicar a CGPAR 23 que foi derrotado pelo movimento sindical. Os sindicatos também conseguiram a continuidade da participação de 70% do banco. Porém, para dar conta da inflação médica e uma vez que um número menor de empregados impacta negativamente no Saúde Caixa – a proposta aprovada em assembleias determinou o pagamento de uma mensalidade sobre o 13º salário de cada participante a partir deste ano de 2022. Esta foi a forma encontrada para que o reajuste pesasse o mínimo possível para todos
Há pouco mais de um ano, os empregados da Caixa, da ativa e aposentados, aprovaram em assembleia a proposta para a sustentabilidade do Saúde Caixa. Com a aprovação, foram mantidas as premissas do Saúde Caixa e foi derrotada a tentativa da Caixa de reduzir suas contribuições para o custeio do plano. O banco pretendia limitar sua participação a, no máximo, 50% do custo total, querendo aplicar a CGPAR 23.
Luta dos empregados
O movimento dos empregados, de forma unificada, lutou contra este ataque. A atuação teve início em 2018, quando a deputada federal e empregada aposentada da Caixa, Erika Kokay (PT-DF), apresentou o PDC 956/2018 (transformado posteriormente no PDL 342/2021), que sustava os efeitos da resolução da CGPAR.
Devido ao trabalho e articulação do movimento sindica, o projeto foi aprovado e, após sua promulgação, a CGPAR 23 foi revogada.
Com isso, o caminho foi aberto para que o Grupo de Trabalho dos empregados apresentasse uma proposta que mantivesse os princípios do pacto intergeracional e de solidariedade do Saúde Caixa.
A proposta apresentada e aprovada manteve a proporção 70/30, sendo 70% de contribuição da Caixa e 30% de contribuição dos empregados. Na proposta ainda consta que empregados contribuirão com mensalidade de 3,5% da remuneração base, mais 0,4 por dependente, limitado a 4,3%. Além disso, foi mantido o teto de coparticipação, que hoje está em R$ 3.600 anuais.
13ª Contribuição
Porém, para dar conta da inflação médica, que é sempre mais alta do que qualquer outro índice de inflação, e do problema causado pela falta de contratações no banco – uma vez que um número menor de empregados impacta negativamente no Saúde Caixa -, a proposta aprovada determinou o pagamento de uma mensalidade, nos mesmos valores e composição (3,5%), sobre o 13º salário de cada participante a partir deste ano de 2022. Esta foi a forma encontrada para que o reajuste pesasse o mínimo possível para todos.
Além disso, a proposta aprovada também prevê a utilização do fundo de reserva do Saúde Caixa, acumulado em período em que houve superavit. O uso do fundo de reserva é uma forma de evitar a necessidade de contribuições extraordinárias dos trabalhadores até 2023, quando haverá novas negociações sobre o plano.
É importante lembrar que a Caixa determinou em seu estatuto um limite de contribuição para o Saúde Caixa de 6,5% da sua folha de pagamento. A utilização do fundo de reserva é justamente para que, em se chegando ao limite de 6,5%, isso não recaia sobre os participantes do plano.
“Em 2023, a negociação dos empregados com a Caixa terá novo desafio, a CGPAR 42, colocada neste governo que estamos dando adeus. CGPAR 42 busca estabelecer novamente o limite de 50% no custeio dos planos de saúde de trabalhadores das empresas públicas. Portanto, vamos precisar da mobilização de todos os empregados e empregadas para derrubar o teto de 6,5% também”, explica Mateus Lima, dirigente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e empregado da Caixa.
Fonte: SEEB de São Paulo com edição da comunicação do SEEB de Santos e Região