Em reunião com representantes do Itaú realizada na segunda-feira 12, o movimento sindical foi surpreendido com o anúncio de que o banco irá terceirizar e extinguir áreas até a primeira quinzena de 2023
O Itaú comunicou mais uma área a ser terceirizada, dessa vez o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), lotado no CA Tatuapé. Os 270 funcionários da área terão prazo para realocação de 120 dias (até a primeira quinzena de janeiro de 2023).
Segundo o RH, a orientação junto aos gestores da área é que não seja feita nenhuma demissão durante o processo.
Os sindicalistas são totalmente contra a decisão do banco, que acarreta demissões, precarização do trabalho e retirada de direitos.
“Isso é muito grave e é um desrespeito com os trabalhadores que não podem ser penalizados com a decisão do banco. Além do quê, com a medida os dados de clientes e informações sigilosas ficarão expostos a uma empresa terceirizada”, protesta Sérgio Francisco, dirigente sindical membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE Itaú).
O COE exigiu do banco o número exato dos bancários envolvidos e a prestação de contas da realocação destes trabalhadores.
O banco informou também a extinção da área mesa PJ (veículos) em face da automação bancária. Ao todo 50 trabalhadores serão afetados. Eles terão um prazo de 60 dias para se realocarem. O banco alega existir assessoria para realocação, mas os bancários afirmam o contrário.
Pool de Qualidade Agências digitais Personnalité
Outra área afetada e que deixará de existir é o Pool de Qualidade das Agências digitais Personnalité. A expectativa é que os 130 funcionários serão atingidos e realocados nas próprias agências digitais.
“O banco tem total condição de realocar todos os funcionários, tanto da área terceirizada quanto das áreas que serão extintas. O Sindicato cobra a manutenção dos empregos ameaçados em outras áreas do banco. Trabalhadores não são mercadorias e merecem respeito”, afirma Sérgio Francisco.
Lucro do Itaú cada vez maior
Somente no 1º semestre de 2022 o Itaú obteve lucro líquido recorrente gerencial de R$ 15 bilhões, alta de 16,2% em relação ao mesmo período de 2021 e de 4,3% em relação ao trimestre anterior, quando lucrou R$ 7,679 bilhões.
“Esse lucro demonstra que o banco, o maior da América Latina, tem total disponibilidade para contratar mais bancários, o contrário de destruir direitos e aumentar o desemprego no País. Contribuir para o desenvolvimento econômico e social da nação que tanto lhe dá lucros recordes e bilionários. Não vamos tolerar isso”, explica Élcio Quinta, presidente do Sindicato do Bancários de Santos e Região e bancário do Itaú.
Crédito: Fabiano Couto
Fonte: SEEB de São Paulo com edição da comunicação do SEEB de Santos e Região