“Quanto mais a categoria for forte e organizada mais chance tem de conquistar um reajuste acima da inflação”, diz o técnico do Dieese. SINDICALIZE-SE JÁ!
De acordo com boletim do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados levantados pelo Mediador do Ministério do Trabalho, os reajustes salariais ocorridos no mês de abril e resultantes de negociações e acordos coletivos ficaram no mesmo patamar ou em nível superior à inflação acumulada no mês anterior.
O Dieese registrou 163 processos de reivindicação salarial no mês passado. A maior parte destes (46%) ficou no mesmo patamar da inflação. Aqueles que tiveram aumento superior ao patamar inflacionário foram 8% – o que se chama de aumento real. No total, portanto, 54% tiveram patamar superior ou igual à variação de preços.
Em um patamar considerado elevado, 46% tiveram reajuste abaixo da inflação. Apesar de mais da metade ter obtido reajuste igual ou superior, o percentual dos que tiveram aumento real é o menor do ano de 2022.
A variação média – com base nas 163 negociações – dos salários reajustados em março foi de -0,76%. Ou seja, uma diminuição real dos vencimentos recebidos por trabalhadores no Brasil. A diminuição real média dos salários é um fenômeno que vem ocorrendo ao menos desde janeiro de 2021.
Em média, os reajustes abaixo da inflação recompuseram apenas 83% do que foi perdido por conta da inflação.
Com base nas projeções do INPC, para que haja preservação real dos salários, os reajustes em maio de 2022 deverão ser de 12,47%. O critério é o acumulado dos 12 meses encerrados no mês.
No acumulado de 2022, 40,8% dos reajustes ficou abaixo do INPC acumulado. Os que ficaram no mesmo patamar foram 31,6%. O menor percentual – 27,2% – se refere aos reajustes que ficaram acima do acumulado de 12 meses do INPC no momento da finalização da negociação.
Reajuste necessário em maio
Com o aumento dos preços da ordem de 1,04% em abril, o valor do reajuste necessário para as negociações com data-base de maio será de 12,47%, segundo o INPC-IBGE. É o maior valor do período considerado pelo boletim do Dieese.
Segundo Luís Ribeiro, o mês de maio é o mais importante pois dá o tom das negociações futuras do ano em virtude de categorias importantes terem data-base nos meses subsequentes como petroleiros, químicos, bancários, entre outros.
“Quanto mais a categoria for forte e organizada mais chance tem de conquistar um reajuste acima da inflação”, diz o técnico do Dieese.
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Fonte: recontaaí.com.br e redação CUT
Escrito por: Rafael Locateli