O lucro líquido do Banco do Brasil registrado no 1º trimestre de 2022 é 57,6% maior no comparativo ao mesmo período de 2021. Na contramão dos expressivos resultados, o banco, nos últimos 12 meses, desligou 1.410 funcionários e fechou 108 agências. Precarizou o serviço dos funcionários, o atendimento aos clientes e diminuiu empréstimos para médios e pequenos agricultores, comércio e empresas
Na rabeira dos grandes bancos do Mercado Financeiro brasileiro e até mundial, Itaú e Bradesco em lucratividade, o Banco do Brasil fechou os três primeiros meses do ano com lucro de R$ 6,66 bilhões, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o resultado é 57,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Muito bom para os acionistas e rentistas, mas um desastre para os funcionários, a população e o Brasil!
Em 2021, no ano em que a Covid-19 mais matou no Brasil, o banco já havia obtido lucro de R$ 21 bilhões, superando em 51% o resultado de 2020. Apesar do lucro expressivo de 2021, que se repete nos primeiros três meses do ano, o BB desligou 1.410 funcionários e fechou 108 agências tradicionais nos últimos 12 meses. Com os cortes, o banco fechou o trimestre com 86.466 funcionários e 3.176 agências.
“O resultado disso são agências lotadas, com mau funcionamento dos autoatendimentos, que estão com máquinas sucateadas, atendimento falho aos clientes por conta da sobrecarga de trabalho dos funcionários que ficaram e acumularam funcções. Adoecimento de bancários e bancárias, assédio para cumprir metas absurdas, enfim, totalmente voltado a mais lucros com menos trabalhadores, ou seja, massacrando os funcionários e funcionárias. Além de não atender corretamente a população de baixa renda, os pequenos e médios agricultores, comerciantes e empresas como deve ser o papel de um banco público criado para ter compromisso social e fomento das riquezas da Nação”, observa Eneida Koury, bancária do BB e dirigente sindical do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
BB deveria cumprir o compromisso social
O maior compromisso do BB é social! É um banco público de economia mista, certo, mas o maior acionista é o povo brasileiro. O que acontece na atual gestão é o contrário, o governo trabalha para os interesses exclusivos do mercado financeiro, rentistas e grandes empresários. O banco aumentou o desemprego e contribui para a derrocada da economia (que deveria proteger) desligando mais de 1.400 funcionários em 12 meses, em plena pandemia
De acordo com o Dieese, que analisou os resultados do banco, houve crescimento nas carteiras de crédito voltadas às grandes empresas (+18,6%) e ao agronegócio (28,2%). Ao mesmo tempo em que encolheram os investimentos em linhas de crédito destinadas ao social, como o Pronamp (-6,5%), que atende a médios agricultores.
Outros resultados
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias no primeiro trimestre de 2022, segundo o Dieese, aumentaram 9,4% em um ano, alcançando R$ 7,52 bilhões. As despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, totalizaram R$ 6,04 bilhões, redução de 4,2% na mesma comparação, a despeito das despesas com os programas de desligamentos (PDE –Programa de Desligamento Extraordinário e PAQ –Programa de Adequação de Quadros).
“Reduziram despesas com pessoal e aumentaram as receitas com prestação de serviços e tarifas. Por meio de PDE e PAQs nitidamente o banco público está sendo encaminhado a um processo de entrega ao mercado visando sua privatização”, ressalta André Elias, funcionário do BB e dirigente sindical de Santos e Região.
O Banco do Brasil sempre teve o papel de agente fomentador de políticas públicas para atender aos interesses da sociedade brasileira.
Fonte: Comunicação do SEEB de Santos e Região com informações do SEEB de ES