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Bolsonaro na lista mundial de predadores da liberdade de imprensa

6 de julho de 2021

Pela primeira vez, Brasil entra para a galeria da ONG Internacional Repórteres Sem Fronteiras, ao lado de governos autoritários, pelo modo de como o presidente da República lida com jornalistas, principalmente mulheres

 

 

Em queda no ranking mundial da liberdade de imprensa no mundo, o Brasil lidera com o presidente Jair Bolsonaro a lista de 37 chefes de Estado ou de governo que ameaçam o direito à informação. Pela primeira vez, um chefe do Executivo brasileiro entrou para a galeria dos “predadores da liberdade de imprensa”, divulgada nesta segunda-feira (5) pela ONG internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

 

De acordo com a entidade, Bolsonaro está ao lado de governos autoritários como o do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na lista daqueles “que impõem um repressão massiva à liberdade de imprensa em todo o mundo”. Todas essas autoridades, segundo a organização, usam de “aparatos de censura, prisão arbitrária de jornalistas e incitamento à violência contra eles – quando não têm nas próprias mãos o sangue de jornalistas por terem feito pressão direta ou indireta por seus assassinatos”, pontua.

 

A galeria também inclui pela primeira vez duas mulheres, a chefe do Executivo de Hong Kong, Care Lam, e a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina. A avaliação da Repórteres Sem Fronteiras é que o presidente do Brasil, desde que chegou ao poder, em 2019, vem dificultando o trabalho da imprensa. Sob seu governo, o país caiu quatro posições no ranking mundial da Liberdade de Imprensa e hoje ocupa o 111º lugar.

 

Tiranismo à Bolsonaro

O Brasil ainda entrou na zona vermelha que indica o exercício do jornalismo como “difícil” ou “muito grave”. De acordo com a entidade, Bolsonaro usa como modo de predação insultos, humilhações e ameaças vulgares para impedir críticas. E tem como alvo principal mulheres jornalistas. “Para ele, a imprensa ‘é inútil’ e não passa de “rumores e mentiras constantes’. Sua retórica belicosa e grosseira é ampliada por seu círculo próximo e por uma base organizada de apoiadores”, menciona a RSF.

 

Para impedir questionamentos sobre seu governo, o presidente também insufla com sua rede partidária “linchamentos” virtuais de jornalistas, diz a entidade. “Em campo, jornalistas, especialmente os responsáveis pela cobertura da Presidência em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, também são frequentemente atacados, humilhados e por vezes violentamente agredidos por apoiadores da família Bolsonaro. Ataques sexistas e misóginos contra jornalistas mulheres também são um forte marcador do bolsonarismo”, destaca.

 

A organização também conclui que os ataques ao exercício livre do jornalismo cresceram consideravelmente no Brasil desde o início da pandemia de covid-19. A avaliação é que o presidente, para evitar denúncias de omissão na gestão da crise sanitária que já matou mais de 524 mil pessoas no país, usa a imprensa como “bode expiatório” e a responsabiliza pelo caos.

Crédito: Antonio Cruz/EBC
Fonte: Rede Brasil Atual
Escrito por: Clara Assunção

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Publicado por: Gustavo Mesquita

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