O Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 3,859 bilhões no quarto trimestre de 2020, uma alta de 1,2% em relação aos três meses anteriores. Foram demitidos 3.220 funcionários, passando o número de 47.819 para 44.599 em dezembro de 2020 e os funcionários que sobraram sofrem em dobro com metas em plena pandemia
O banco Santander Brasil registrou lucro líquido de R$ 3,859 bilhões no quarto trimestre de 2020, uma alta de 1,2% em relação aos três meses anteriores, quando o ganho havia ficado em R$ 3,811 bilhões. Já o lucro gerencial, que exclui fatores extraordinários, ficou em R$ 3,958 bilhões nos últimos três meses do ano passado, segundo balanço divulgado pelo banco nesta quarta-feira (3).
No acumulado em 2020, o lucro líquido do Santander somou R$ 13,469 bilhões, queda de 5% na comparação com 2019 (R$ 14,181 bilhões). Já o lucro gerencial alcançou R$ 15,609 bilhões, alta de 7,3%.
A margem financeira bruta atingiu R$ 51,103 bilhões em 2020, crescimento de 6,6% em 12 meses, em função da boa performance da margem de produtos, por maiores volumes, e de mercado. Já em comparação com o terceiro trimestre, a margem financeira bruta caiu 0,3%, impactado pelo menor resultado de operações com mercado, sendo parcialmente compensado pela maior receita de margem com clientes.
Já a margem financeira líquida ficou em R$ 38,54 bilhões, alta de 7,6% em relação a 2019.
Crédito cresceu e inadimplência baixou
A carteira de crédito cresceu 16,9% e alcançou R$ 411,65 bilhões ao final de 2020. Todos os segmentos registraram variação positiva no ano, sendo que os segmentos PMEs e grandes empresas tiveram as variações mais expressivas, 38,2% e 23,7%, respectivamente, relativas principalmente aos créditos de programas governamentais.
Em relação a setembro de 2020, a carteira de crédito registrou um crescimento de 3,6%. A carteira de pessoa física foi a maior contribuição no período, expansão de 5,6%, principalmente pela retomada do consumo.
O índice de inadimplência superior a 90 dias caiu 0,8 ponto percentual no ano e atingiu 2,1% em dezembro de 2020, menor patamar já registrado, segundo o Santander, devido à “melhoria do índice dos segmentos PF e PJ que ainda são influenciados, em parte, pelo efeito das prorrogações de pagamentos oferecidas aos clientes e pela qualidade de crescimento da carteira”.
Já o saldo das provisões para crédito de liquidação duvidosa somou R$ 25,067 bilhões em dezembro de 2020, alta de 17,1% em 12 meses, influenciado pela parcela de provisão adicional de R$ 3,2 bilhões no 2º trimestre de 2020. Já a parcela de provisão requerida subiu 1,2% no ano, abaixo do crescimento da carteira de crédito. Em relação ao 3º trimestre, o saldo das provisões subiu 0,3%.
Enxugamento de funcionários
Em relação a agências e funcionários, o banco enxugou a estrutura. Houve fechamento de 175 agências em 2020 – o número passou de 2.328 em dezembro de 2019 para 2.153 no mesmo período de 2020. Foram demitidos 3.220 funcionários, passando o número de 47.819 para 44.599 em dezembro de 2020.
“Todo este lucro gerencial é fruto do massacre que os funcionários vem sofrendo com metas, acúmulo de funções, exposição à transmissão da covid-19.
São obrigados a venderem produtos bancários de porta em porta na rua. O ambiente dentro das agências é insalubre, não distribuem EPIs para os funcionários. Todos, todos estão exaustos de tanto serem pressionados a levar lucros aos cofres do banco espanhol.
Chegou ao ponto que se não ficam doentes por coronavírus, ficam por doenças psicológicas. Faltam trabalhadores e as metas aumentaram em plena pandemia. É cruel”, indigna-se Fabiano Couto, bancário do Santander e secretário de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
É bom salientar que o Sindicato dos Bancários de Santos e Região iniciou em janeiro uma campanha, junto aos prefeitos da Baixada Santista, para priorizar a categoria na vacinação contra a covid-19.
São centenas de bancários e bancárias que contraíram o vírus na região. O setor é considerado essencial à economia e ao país como os portuários e profissionais de saúde, já contemplados com a prioridade.
“Até nisso o Santander é o campeão na Baixada. Tem o maior número de funcionários, entre os bancos, que pegaram o vírus, segundo dados analisados junto a base pela diretoria, porque os bancos não disponibilizam os números”, finaliza Fabiano.
Fonte: g1.globo.com e Comunicação do SEEB de Santos e Região