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Uso emergencial da vacina de Oxford já pode ser pedido à Anvisa

30 de dezembro de 2020

Com a aprovação no Reino Unido nesta quarta (30), disse Lily Yin Weckx, da Unifesp, a solicitação do uso emergencial já pode começar a ser feita. Nova análise da eficácia da vacina mostrou que 70% das pessoas vacinadas ficam protegidas 21 dias depois da primeira dose

A coordenadora dos estudos da vacina de Oxford no Brasil, Lily Yin Weckx, da Unifesp, disse em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (30), que o uso emergencial da vacina já pode ser solicitado à Anvisa com a aprovação no Reino Unido. 

 

Weckx disse que, normalmente, é necessária a aprovação no país de origem de uma vacina antes que os pedidos de uso emergencial possam ser feitos nos países onde ela é testada. A vacina de Oxford é uma das quatro que estão sendo testadas no Brasil.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne nesta quarta-feira (30) com a farmacêutica AstraZeneca, que produz a vacina em parceria com Oxford. Ainda não está claro se o laboratório vai solicitar o uso emergencial da vacina durante o encontro.

 

Na terça-feira (29), o Ministério da Saúde disse que a previsão é começar a vacinação contra a Covid-19 no Brasil entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro – mas, para isso, é necessário que os fabricantes peçam o registro da vacina junto à Anvisa.

 

Em nota, a AstraZeneca disse que “submeteu os dados pré-clínicos, clínicos e de tecnologia farmacêutica à ANVISA por meio da submissão contínua para facilitar a revisão”. Segundo o laboratório, a última análise agrupada dos dados da fase 3 de testes, a última, foi feita no dia 22.

 

O acordo do laboratório com o governo brasileiro é de fornecer 100,4 milhões de doses em “ingrediente farmacêutico ativo (IFA)” (transferência de tecnologia) até o primeiro semestre de 2021, sendo 30 milhões no primeiro trimestre, disse a AstraZeneca.

 

Há duas semanas, o Ministério da Saúde havia anunciado que prevê receber 15 milhões de doses da vacina de Oxford em janeiro e outras 15,2 milhões em fevereiro. O acordo com a farmacêutica, assinado em junho, prevê que as outras 70 milhões de doses serão produzidas no Brasil, pela Fiocruz.

 
 
Aprovação no Reino Unido
 
O Reino Unido aprovou, nesta quarta (30), que a população britânica receba a vacina de Oxford para a Covid-19. O país é o primeiro a conceder a aprovação, e a vacinação deve começar na segunda-feira (4) em grupos de risco, que serão prioritários.

 

Esta é a segunda vacina aprovada pelos britânicos; a primeira foi a da Pfizer, que já começou a ser aplicada em grupos com prioridade no Reino Unido. O país também foi o primeiro a aprovar a vacina.

 

O governo também determinou uma mudança na forma de aplicação das vacinas: agora, a prioridade será aplicar a primeira dose de ambas as vacinas – tanto a de Oxford como a da Pfizer – no máximo de pessoas em grupos de risco.

 

Com isso, ao invés de dar as duas doses das vacinas com intervalo de 3 semanas, como era feito antes, todos receberão a segunda dose dentro de 12 semanas após a primeira, segundo comunicado oficial.

 

Segundo uma nova análise de dados divulgada também nesta quarta, 70% das pessoas vacinadas ficam protegidas 21 dias depois da primeira dose. Quando a segunda dose é aplicada 12 semanas depois da primeira, como prevê o governo britânico, a eficácia sobe para 80%. Esse dado representa a eficácia da vacina. O governo britânico não esclareceu, entretanto, qual será a dosagem da vacina.

 

Isso é importante porque, durante os testes, os cientistas perceberam que as pessoas que receberam uma primeira dose menor ficaram mais protegidas do que as que receberam uma primeira dose maior.

 

Os pesquisadores ainda não sabem por que isso aconteceu, mas disseram que ficaria a cargo dos órgãos regulatórios decidir qual primeira dose seria usada.

Crédito: Marcello Casal Junior/EBC
Fonte: g1.globo.com

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Publicado por: Gustavo Mesquita

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