Conciliar a vida profissional com a familiar continua sendo uma das principais causas da desigualdade profissional entre homens e mulheres. Essa constatação faz parte de estudo divulgado recentemente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (Pnud). O trabalho faz uma abordagem das relações de trabalho na América Latina e no Caribe, onde 100 milhões de mulheres compõem o mercado de trabalho.
O estudo “O desafio do equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal” aponta que, apesar das conquistas dos últimos anos, a condição feminina no mercado de trabalho continua longe do ideal.
De acordo com o levantamento, ainda é muito lenta a desvinculação do trabalho doméstico do sexo feminino. “O modelo homem-provedor e mulher-cuidadora ainda vigente permite que a mulher continue arcando de forma unilateral, quando não exclusiva, com as atividades de cuidado e assistência aos membros da família, e seu engajamento no mercado de trabalho permanece marcado por esse papel”, destaca trecho do relatório.
Embora considere um avanço o fato de que 530as mulheres estejam incorporadas atualmente ao mercado de trabalho na região, para a OIT “as tensões entre trabalho e família estão gerando altos custos para as mulheres, para as pessoas que requerem cuidados e também para o crescimento econômico dos países, o bom funcionamento do mercado de trabalho e a produtividade das empresas”.
Para minimizar os prejuízos causados pela relação entre trabalho e vida doméstica, o estudo avalia como necessária a implantação de políticas públicas para as mulheres, com a construção de creches, pré-escolas e centros de atendimento à mulher. E também propõe a elaboração de modelos de gestão profissional que promovam a compatibilização entre a vida no mercado de trabalho, a familiar e a pessoal, para que a capacidade produtiva das mulheres seja reconhecida.
Fonte: m