Mesmo com lucro de quase R$ 30 bi no semestre, setor financeiro continua cortando postos de trabalho e ganhando muito com rotatividade: admitidos entram ganhando, em média, 58% do que recebiam os desligados; greve dos bancários que completou três semanas é também por emprego.
Os bancos eliminaram 1.207 postos de trabalho em agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Entre janeiro e agosto deste ano, o total de empregos extintos no setor bancário foi de 9.104, principalmente nos bancos múltiplos com carteira comercial no qual se incluem Itaú, Bradesco, Santander e BB. A Caixa eliminou 47 empregos em agosto, e 1.961 em oito meses.
Os bancos não têm justificativa para cortar empregos. Apenas no primeiro semestre de 2016 lucraram quase R$ 30 bilhões. Os bancários estão sobrecarregados e adoecidos, a população, que paga por altos juros e tarifas, continua sendo mal atendida. Eles deveriam contratar e gerar empregos, mas fazem justamente o contrário.
Os bancários estão em greve desde 6 de setembro e uma das reivindicações é que as instituições financeiras se comprometam com os termos da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que coíbe dispensas imotivadas.
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Nossa luta é por reajuste decente para salários, vales e auxílios, é por condições de trabalho dignas, sem assédio moral ou pressão por metas, mas também é por mecanismos de proteção aos empregos. Os bancos têm condições de apresentar proposta decente na negociação que acontece hoje. Enquanto isso não acontece, manteremos nossa paralisação forte.
Lucro com rotatividade
As instituições financeiras aumentam seus ganhos com a alta rotatividade que promovem. De janeiro a agosto, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 3.695,58, enquanto que os desligados tinham remuneração média de R$ 6.416,33. Ou seja, os admitidos entram ganhando 58% do que os que saem. Uma situação absurda, por isso reivindicamos o fim das dispensas imotivadas.
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Fonte: SEEB SP
