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Digitalização para fechar agências e demitir?

30 de junho de 2017

Números comprovam que novas tecnologias excluem parcela da população dos serviços bancários e favorecem principalmente os bancos, já que concentram lucros, eliminam postos de trabalho e sobrecarregam bancários remanescentes.

A ampliação dos canais eletrônicos de atendimento tem levado os bancos a acelerar o fechamento das agências e o corte de postos de trabalho. Entre dezembro de 2016 e março de 2017, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander encerraram 855 agências. A Caixa abriu apenas duas. No mesmo período, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Santander eliminaram 7014 postos de trabalho. O Itaú foi o único que contratou: 348 funcionários.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, no ano passado os bancos acabaram com mais de 20 mil vagas, número muito superior ao verificado nos anos anteriores – em 2015 foram encerradas 9.886 vagas; em 2014, 5.004 e em 2013, 4.329.

Por outro lado, todas as cinco principais instituições financeiras apresentaram aumento substancial nos lucros.

Digitalização para fechar agências e demitir?

A digitalização, do jeito que está sendo implantada, é um movimento concentrador de lucros, excludente, eliminador de postos de trabalho e que sobrecarrega de funções os bancários remanescentes.

Não somos contra os canais digitais, desde que os clientes sejam avisados e concordem que sua conta está sendo migrada, sintam-se seguros com esse modelo, que os bancos busquem dentro do seu quadro funcionários aqueles que estão disponíveis para essa nova era antes de buscar no mercado, que se criem condições aos trabalhadores, garantias de atendimento à toda população e melhor distribuição dos resultados dos bancos que invariavelmente irão aumentar com essa mudança.

Redução de custos

Avançar no modelo digital significa reduzir custos, disse sem rodeios, ao Valor Econômico, Josué Pancini, vice-presidente do Bradesco responsável pela rede de atendimento. Segundo o gestor, fechar uma operação de empréstimo consignado (com desconto em folha de pagamento) por meio do celular custa centavos para o banco. Na rede física, o custo vai a R$ 60.

De acordo com o jornal , o Bradesco possui duas agências digitais em funcionamento e mais duas ou três serão inauguradas até o fim do ano, o que deve elevar de 100 mil para 300 mil o número de clientes atendidos por meio dessa estrutura.

Ainda segundo o Valor, o Itaú Unibanco tinha, no fim de março, 144 agências digitais – nove foram abertas neste ano, e a meta é abrir mais 11 até dezembro. Com as agências digitais, os funcionários do Itaú passaram a se sobrecarregar com o atendimento de 1.200 clientes por carteira.

Sobrecarga

O Banco do Brasil (BB) foi quem mais fechou agências no primeiro trimestre (563). Além do avanço digital, o movimento é parte de uma reestruturação anunciada em novembro, que envolveu também um programa de aposentadorias incentivadas que cortou mais de 9 mil funcionários.

“Um gerente que tinha uma média de 400 clientes na carteira no atendimento presencial consegue, nesse formato, atender 500, 550”, afirmou ao Valor Simão Luiz Kovalski, diretor da área de clientes do banco. A diferença, segundo o executivo, é que o funcionário conversa com clientes simultaneamente, pelo telefone, e-mail e pelo chat disponível no aplicativo.

A declaração do diretor do Banco do Brasil evidencia outro problema que a digitalização está gerando: a sobrecarga de trabalho aos funcionários remanescentes. Por isso, uma das principais reivindicações dos bancários é o Centro de Realocação e Requalificação. Os bancos podem e devem respeitar essa conquista para que o desemprego no setor não aumente ainda mais. E sempre levando em conta a função social dos bancos, já que o fechamento de agências afasta do serviço bancário uma parcela considerável da população que não tem acesso ou familiaridade aos canais digitais, sobretudo os mais idosos e mais pobres.

Fonte: SEEB SP

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